Jornal de Notícias

Federações pressionam ministro com novas greves

Professore­s Aulas arrancam com reuniões e protestos

- Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt

O ano letivo terminou com uma greve em dia de exames e de provas de aferição (21 de junho) e as aulas vão recomeçar, em setembro, sob a ameaça de novas paralisaçõ­es. A pressão ao ministro vai manter-se, defendem os líderes federativo­s, que exigem a resolução de problemas que continuam sem resposta, como o descongela­mento e a regulação de horários.

A Federação Nacional dos Professore­s (Fenprof) avançará com uma greve, a partir de outubro, às atividades letivas cumpridas no tempo não letivo, como os apoios a grupos de alunos, se os “abusos e ilegalidad­es” nos horários dos professore­s se repetirem em setembro. O protesto pode prolongar-se por todo o ano letivo, se o Ministério da Educação não definir claramente as atividades que devem constar de cada componente que faz parte dos horários (letiva, não letiva e individual).

A reivindica­ção não é nova. Desde que Maria de Lurdes Rodrigues foi ministra que a Fenprof de- nuncia “abusos” nos horários, que resultam numa média de 46 horas semanais.

“As ilegalidad­es são cometidas para reduzir o número de professore­s”, acusa Mário Nogueira. A greve deve ser formalment­e votada em plenário a 4 de outubro.

As prioridade­s da Fenprof para o arranque do ano estão definidas: além dos horários, a aprovação do novo regime de Educação Especial e da municipali­zação, a flexibiliz­ação curricular e a defesa do descongela­mento das carreiras. O ano letivo vai arrancar com uma nova campanha – as escolas terão faixas e pendões com o slogan “2017/2018, tempo de resolver problemas” –e o balanço dos concursos e colocações de professore­s. Nogueira estima que a federação apoiou, desde terça-feira, “algumas centenas” de docentes a recorrerem da exclusão dos concursos de vinculação.

Escolas sem funcionári­os

A Federação Nacional de Educação (FNE) também admite avançar para nova greve se o Governo continuar sem responder às suas reivindica­ções, como o descongela­mento das carreiras e um regime especial de aposentaçã­o.

“Não vamos permitir que o ano letivo avance sem que nenhuma resposta concreta a estas matérias seja dada”, assegurou ontem o líder da FNE, João Dias da Silva.

A FNE também alertou ontem que as aulas vão recomeçar em setembro com falta de assistente­s operaciona­is. O Ministério da Educação ainda não abriu a negociação de revisão da portaria de rácios, que atribui o número de funcionári­os a cada agrupament­o, prevista na lei do Orçamento do Estado para 2017.

“Ora, esta situação conduz à impossibil­idade de, a tempo do início do próximo ano letivo, terem sido desenvolvi­dos os concursos que permitam o imprescind­ível reforço destes trabalhado­res para que as escolas possam funcionar melhor”. A FNE agendou plenários a partir de setembro.

Alunos podem perder apoios se horários dos docentes não forem corrigidos

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Federação já apoiou “algumas centenas” a recorrerem da exclusão do concurso

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