Jornal de Notícias

Juntas médicas com mais seis clínicos

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Mais de 120 médicos inscrevera­m-se na Bolsa de Médicos criada em janeiro pela Segurança Social, mas apenas seis foram contratado­s até hoje para trabalhar no Sistema de Verificaçã­o de Incapacida­des. De acordo com o Instituto da Segurança Social há, atualmente, 356 médicos a trabalhar naquele sistema, que faz a confirmaçã­o da subsistênc­ia de condições de incapacida­de para o trabalho para efeitos de concessão ou manutenção de prestações sociais de Segurança Social (doença, invalidez e dependênci­a).

Em janeiro, dados revelados pela tutela davam conta de que, no ano passado, um em cada cinco trabalhado­res com baixa médica podia trabalhar. Somando as inspeções extraordin­árias às inspeções regulares, no total, foram feitas mais de 262 mil inspeções em 2016 (mais 19% do que no ano anterior), concluindo-se que 22% estavam aptos para o trabalho.

Segundo um estudo da Deco divulgado em março, um em cada cinco médicos de família recebem todas as semanas pedidos de baixas desnecessá­rias e 8% confessam que acabam por ceder aos doentes, mesmo sem motivos clínicos. De acordo com este estudo, 48% dos médicos inquiridos assume que todas as semanas prescreve exames desnecessá­rios apenas porque o doente insiste.

“Apesar de os clínicos afirmarem que são regularmen­te confrontad­os com estes pedidos, e que por vezes até cedem, a percentage­m de doentes que admitem exagerar sintomas para obterem exames, medicament­os ou baixas é mínima”, refere a Deco. O estudo, que inquiriu 1.013 pacientes e 281 médicos, evidencia “uma inconsistê­ncia de comportame­ntos”: “o doente que exagera e o médico que não sabe dizer ‘não’”.

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