Depois de Draghi é a vez de Juncker
Conselho de Estado Nova reunião agendada para 30 de outubro, após autárquicas
Primeiro estranhou-se que uma figura externa ao Conselho de Estado pudesse participar na reunião restringida a conselheiros do presidente da República; agora entranhou-se. Depois do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que participou na reunião de abril, Jean-Claude Juncker é o homem que se segue, a 30 de outubro.
Marcelo Rebelo de Sousa convidou o presidente da Comissão Europeia para participar na primeira reunião de conselheiros agendada para depois das eleições autárquicas. O anúncio foi feito, ontem, no site da Presidência.
Num pequeno comunicado divulgado no final do Conselho de Estado de ontem, a Presidência dá, também, conta de que “formulou um voto de profundo pesar pela tragédia de Pedrógão Grande”, ocorrida a 17 de junho, “evocando respeitosamente as vítimas e manifestando às respetivas famílias a sua viva solidariedade”. Ao que o JN apurou, não foi levantada nenhuma questão sobre a condução do processo de apoio às vítimas nem sobre as eventuais falhas ocorridas durante o incêndio.
Mas as três horas e meia da reunião – ligeiramente mais curta do que o habitual – foram dedicadas sobretudo a analisar a atual conjuntura económica e financeira do país. O tom da reunião – a sexta desde que Marcelo tomou posse, em Belém – deu seguimento ao otimismo manifestado, esta semana, pelo comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, para quem a recuperação de Portugal é “impressionante”. Os conselheiros, sabe o JN, alertaram para os riscos, internos e externos, mas consideram que o país atravessa uma boa fase.
Entre os conselheiros do presidente, apenas estiveram ausentes a diretora da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, e o neurocientista António Damásio (que ainda não participou em nenhum encontro desde que foi empossado, a 24 de abril, para substituir António Guterres).
Marcelo Rebelo de Sousa reuniu também o Conselho Superior de Defesa Nacional, salientando o elogio aos militares pela participação no combate aos fogos. O Conselho debateu, ainda, a situação internacional, decorrente da última Cimeira da NATO, tendo sido feito um ponto de situação sobre as missões das forças e elementos nacionais destacados. Foi também abordada a possível utilização, pela Aeronáutica Civil, da Base Aérea n.º 6, no Montijo.
Conselho de Estado não debateu falhas no fogo de Pedrógão