Mosteiro vai andar para trás no tempo
Arouca Recriação histórica dura até amanhã
Arouca regressa, este fim de semana, ao século XVIII para recriar como era a vida no mosteiro. É como se o monumento mais emblemático da vila ganhasse vida outra vez e todos os hábitos do quotidiano das monjas e do povo voltassem a ser o que eram noutros tempos. Todos os espaços do mosteiro abrem as portas – alguns exclusivamente – para o evento que tem entrada livre.
Cerca de 400 figurantes fazem parte de várias encenações que arrancaram ontem e se estendem até ao final do dia de amanhã. Mas não é só, paralelamente há calceteiros, barbeiros e outros a mostrar ofícios antigos, há venda de produtos regionais e doces conventuais, e há concertos e visitas guiadas. O evento dá palco a 40 associações locais.
Afonso Veiga, escritor e coordenador científico da Recriação Histórica, explica bem o que era o Mosteiro há três séculos: “Era uma espécie de arrecadação de mulheres sedentárias da nobreza que não casavam e que as famílias não queriam em casa”. Por isso mesmo, é possível visitar e assistir a encenações na cozinha, nas salas onde estudavam, na igreja onde rezavam, na botica onde faziam os medicamentos tradicionais, na enfermaria onde prestavam os cuidados médicos, nas celas onde dormiam.
Beatificação da Rainha Santa
Toda a recriação vai girar em torno da beatificação da Rainha Santa Mafalda, mas também há episódios das invasões francesas e das lutas liberais ou momentos da vida religiosa, como a eleição da Abadessa. Ivo Brandão, natural de Arouca, é um dos figurantes, e conta que os ensaios levaram um mês. “Esta era a realidade dos nossos antepassados, por isso é só andar para trás no tempo”, remata.