Só o presidente pode travar a controversa reforma judicial
Agora, só se for mesmo o presidente polaco, Andrzej Duda, a vetar a reforma judicial pretendida pelo Governo nacionalista do partido Lei e Justiça (PiS). Isto porque, ontem, o senado aprovou a controversa proposta, que, dizem os críticos, implica o fim da divisão de poderes no país.
Aliás, foi isso mesmo que os milhares de pessoas que se concentraram anteontem à noite em frente ao palácio presidencial, em Varsóvia, exigiram ao chefe de Estado.
Segundo a Câmara Municipal, o número de participantes na iniciativa ascendeu a 50 mil, enquanto a Polícia local apontou 14 mil pessoas.
Tantos os líderes dos principais partidos da oposição, representados no protesto, como os milhares de cidadãos que os acompanharam, apelaram a Duda para que se assuma no garante da democracia na Polónia e defenda a independência judicial.
Os manifestantes, que empunhavam bandeiras polacas, da União Europeia e com o arco-íris, pediram respeito pela Constituição e asseguraram que a Polónia é um país plenamente europeu e que quer permanecer na Europa.
Anteontem, a câmara baixa do Parlamento, onde o PiS – que apresentou esta reforma como essencial para agilizar o sistema judicial e para o combate da corrupção no país – é maioritário, aprovou a nova lei judicial, mesmo com a ameaça de sanções por parte da Comissão Europeia.