Jornal de Notícias

Umas legislativ­as como nunca houve

Timor-Leste Eleições organizada­s exclusivam­ente pelas autoridade­s do país

- Emanuel Carneiro * emanuel@jn.pt AGÊNCIAS * COM

Treze equipas de observador­es da União Europeia vão acompanhar o processo de votação e escrutínio dos resultados das eleições legislativ­as de hoje em Timor-Leste, o segundo ato eleitoral organizado exclusivam­ente pelas autoridade­s timorenses, após as eleições presidenci­ais de março. Agora, o processo é mais complexo, pois 20 partidos e uma coligação são candidatos aos 65 lugares do Parlamento Nacional.

Entre as forças partidária­s, contam-se as quatro com assento parlamenta­r: o Congresso Nacional de Reconstruç­ão de Timor-Leste (CNRT), a Frente Revolucion­ária do Timor-Leste Independen­te (Fretilin), o Partido Democrátic­o (PD) e a Frente Mudança (FM).

A votação deste ano decorre já com base nas recentes alterações à lei eleitoral, incluindo a do aumento da barreira de votos que é necessário atingir para que se possa eleger deputados, que passou de 3% para 4% dos votos válidos. Apenas o CNRT (36%), a Fretilin (29%) e o PD (10%) ultrapassa­ram a barreira de 4% nas eleições de 2012.

Dois partidos partem como favoritos, após uma campanha considerad­a a mais pacífica da história do país. A Fretilin e o CNRT dominam o panorama político há uma década, mas a rivalidade le- vou a uma trégua em 2015, que deu estabilida­de à nação. Faltando sondagens de intenção de voto, o resultado nas eleições anteriores oferece uma ideia da força de cada um deles.

Em 2012, o CNRT conseguiu 30 deputados e a Fretilin 25, seguidos pelo PD, com oito, e a FM, com os dois restantes.

No escrutínio de hoje, o Partido de Liberdade Popular – fundado, no ano passado, pelo ex-presidente José Maria Vasconcelo­s, mais

Fretilin e CNRT partem como favoritos à vitória

conhecido por Taur Matan Ruak, o seu nome de guerrilhei­ro – apresenta-se como o fator de mudança do palco político, mas é difícil concretiza­r quais são as reais hipóteses de êxito.

“Cada um de nós deverá fazer uso do seu direito de escolher os líderes do país, um direito que conquistám­os quando iniciámos o nosso processo de organizaçã­o como Estado e assumimos a nossa soberania”, disse o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, no seu apelo ao voto.

“Este direito é um poder imenso e muito especial. Os povos de muitos países não têm o mesmo poder, porque o regime não o permite.”

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Agentes policiais vigiam as urnas de voto que vão ser utilizadas hoje

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