Umas legislativas como nunca houve
Timor-Leste Eleições organizadas exclusivamente pelas autoridades do país
Treze equipas de observadores da União Europeia vão acompanhar o processo de votação e escrutínio dos resultados das eleições legislativas de hoje em Timor-Leste, o segundo ato eleitoral organizado exclusivamente pelas autoridades timorenses, após as eleições presidenciais de março. Agora, o processo é mais complexo, pois 20 partidos e uma coligação são candidatos aos 65 lugares do Parlamento Nacional.
Entre as forças partidárias, contam-se as quatro com assento parlamentar: o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Democrático (PD) e a Frente Mudança (FM).
A votação deste ano decorre já com base nas recentes alterações à lei eleitoral, incluindo a do aumento da barreira de votos que é necessário atingir para que se possa eleger deputados, que passou de 3% para 4% dos votos válidos. Apenas o CNRT (36%), a Fretilin (29%) e o PD (10%) ultrapassaram a barreira de 4% nas eleições de 2012.
Dois partidos partem como favoritos, após uma campanha considerada a mais pacífica da história do país. A Fretilin e o CNRT dominam o panorama político há uma década, mas a rivalidade le- vou a uma trégua em 2015, que deu estabilidade à nação. Faltando sondagens de intenção de voto, o resultado nas eleições anteriores oferece uma ideia da força de cada um deles.
Em 2012, o CNRT conseguiu 30 deputados e a Fretilin 25, seguidos pelo PD, com oito, e a FM, com os dois restantes.
No escrutínio de hoje, o Partido de Liberdade Popular – fundado, no ano passado, pelo ex-presidente José Maria Vasconcelos, mais
Fretilin e CNRT partem como favoritos à vitória
conhecido por Taur Matan Ruak, o seu nome de guerrilheiro – apresenta-se como o fator de mudança do palco político, mas é difícil concretizar quais são as reais hipóteses de êxito.
“Cada um de nós deverá fazer uso do seu direito de escolher os líderes do país, um direito que conquistámos quando iniciámos o nosso processo de organização como Estado e assumimos a nossa soberania”, disse o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, no seu apelo ao voto.
“Este direito é um poder imenso e muito especial. Os povos de muitos países não têm o mesmo poder, porque o regime não o permite.”