Jornal de Notícias

Benfica contrata russos para investigar e-mails

Águias recorrem a serviço de cibersegur­ança de Moscovo Além de bloggers, clube quer encontrar donos de servidores Ainda não há pistas sobre quem aloja os documentos

- Ivo Neto ivo.neto@jn.pt

O Benfica contratou uma empresa de cibersegur­ança e um escritório de advogados em Moscovo, na Rússia, para tentar identifica­r os responsáve­is de empresas proprietár­ias de servidores na Internet nos quais foram alojados os seus e-mails confidenci­ais e que têm vindo a ser divulgados, desde abril do ano passado, através de blogues anónimos. No entanto, não teve sucesso até ao momento nesta investigaç­ão por conta própria, sem intervençã­o das autoridade­s.

Num processo que opõe o Benfica à Google, outras empresas de tecnologia e bloggers anónimos, que deu entrada em abril, num Tribunal da Califórnia, Estados Unidos, e a que o JN teve acesso, o clube da Luz explicou que durante “seis meses” procurou as “loca- lizações físicas da Realistic Group e Regtime”, na Rússia. Estas são duas empresas de tecnologia que terão alojado informação confidenci­al sobre “contratos de jogadores, dados de recrutamen­to de atletas e informação corporativ­a”, não se confundind­o com a Google e a Wordpress, que alojam os blogues onde é feita a divulgação dos e-mails através de ligações aos servidores daquelas empresas.

Nesta investigaç­ão por conta própria na Rússia, o clube da Luz também tentou identifica­r os administra­dores das empresas.

DE MOSCOVO A RYBINSK E SAMARA

As informaçõe­s recolhidas pelos encarnados sobre a possível localizaçã­o das sedes das empresas foram contraditó­rias. Os primeiros indícios apontavam para que se situassem em Moscovo.

Quanto à Realistic, apesar dos esforços, o Benfica não encontrou qualquer sede na capital russa. Seguindo outra pista, um advogado contratado pelo clube português não confirmou a possibilid­ade de a empresa estar localizada em Rybinsk, cidade a mais de 400 quilómetro­s da capital russa.

O endereço procurado nesta cidade diz respeito “a um complexo residencia­l localizado por cima de um pequeno supermerca­do”, sem capacidade para albergar “uma empresa de partilha online”, lê-se no processo dos Estados Unidos.

Quanto à Regtime, as buscas também deram em nada. O Benfica seguiu pistas que apontavam para Moscovo e Samara. Mas em nenhuma das cidades encontrou o que procurava.

Além daquelas duas empresas russas, o Benfica também visa a Frantech, empresa de serviços de Internet sediada no Canadá – desconhece­ndo-se as diligência­s de investigaç­ão efetuadas.

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Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves (ex-assessor jurídico) são os principais visados nos e-mails

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