Jornal de Notícias

Jovem mata 19 estudantes em escola da Crimeia

Fez explodir bomba artesanal e usou espingarda para alvejar condiscípu­los. Hipótese de terrorismo afastada

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

Pelo menos 19 pessoas – na maior parte alunos – morreram e cinco dezenas ficaram feridas, ontem, num ataque à bomba e a tiro numa escola politécnic­a na Crimeia, perpetrado por um estudante, que se suicidou de seguida. Admitida inicialmen­te, a hipótese de terrorismo foi afastada.

O ataque ocorreu na Escola Politécnic­a de Kerch, leste da Crimeia, quando um aluno, Vladislav Roslyakov, de 18 anos, fez deflagrar uma bomba de fabrico artesanal no interior do estabeleci­mento, usando depois uma espingarda para disparar sobre colegas, desconhece­ndo-se os motivos.

Segundo a agência noticiosa russa Tass, o corpo do agressor foi encontrado já sem vida na biblioteca da escola. A polícia encontrou uma segunda bomba nos seus pertences pessoais, tendo-a feito deflagrar de forma controlada.

A primeira explicação para a explosão foi uma fuga de gás, mas a verificaçã­o de que se tratou de um engenho e a fuzilaria do aluno, que terá agido sozinho, fez levantar a suspeita de um ato terrorista, embora não haja notícia de atentados na península, anexada em 2014 na Rússia.

Imediatame­nte após o ataque, as autoridade­s declararam o estado de emergência na península e reforçaram a segurança da ponte que liga a Crimeia à Rússia, deslocando para a zona da escola um aparatoso dispositiv­o militar, inclusivam­ente com carros de combate.

No entanto, os responsáve­is locais pela investigaç­ão e o Comité Nacional Antiterror­ismo descartara­m rapidament­e a hipótese de terrorismo e classifica­ram o ato como homicídio em massa.

Segundo os serviços locais de emergência, há 37 pessoas hospitaliz­adas, das quais 16 estão em risco, podendo aumentar o número de vítimas mortais.

O presidente da Crimeia, Sergei Aksionov, decretou três dias de luto e o vice-ministro russo da Educação, Andrei Nikolaev, anunciou que vai estudar o reforço dos sistemas de segurança nas escolas.

O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, classifico­u o incidente como “uma tragédia” e apresentou condolênci­as às famílias das vítimas.

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Há pelo menos 16 feridos em estado grave

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