Jornal de Notícias

Legislativ­as e europeias vão custar 13 milhões ao Estado

Em ano de três atos eleitorais, se juntarmos as regionais da Madeira, o OE conta com despesa extra do voto eletrónico e de mais emigrantes a ir às urnas

- António José Gouveia antonio.j.gouveia@jn.pt

Entre o financiame­nto aos partidos para as campanhas eleitorais e a organizaçã­o de três atos eleitorais – as europeias em maio do próximo ano, as regionais da Madeira e as legislativ­as em outubro –, o Governo inscreveu na proposta para o Orçamento do Estado para 2019 cerca de 13 milhões de euros.

O documento refere que se vai verificar no próximo ano “um cresciment­o da despesa total consolidad­a de 12,9 milhões de euros, justificad­o maioritari­amente com o aumento de despesa prevista no âmbito das campanhas eleitorais a terem lugar em 2019 (Parlamento Europeu, Assembleia da República e Assembleia Legislativ­a da Região Autónoma da Madeira)”.

Para este aumento mais significat­ivo estará a contribuir não só o financiame­nto dos partidos como também a experiênci­a-piloto do voto eletrónico a realizar no distrito de Évora nas próximas eleições europeias.

Nas últimas legislativ­as, em 2015, os sete partidos com representa­ção parlamenta­r gastaram perto de dez milhões de euros na campanha eleitoral, um montante que agrupa a subvenção do Estado e os outros financiame­ntos partidário­s. Há três anos, o PSD e o CDS concorrera­m coligados e apresentar­am despesas no valor de 4,3 milhões de euros, enquanto o PS gastou cerca de 3,2 milhões, logo seguido da CDU com 1,4 milhões e do Bloco de Esquerda com 840 mil euros.

LUTA CONTRA ABSTENÇÃO

A proposta do OE 2019 indica também que irão para o terreno várias medidas de reforço da participaç­ão democrátic­a no processo elei- toral, como, por exemplo, a eliminação de restrições ao voto antecipado, permitindo que os eleitores manifestem, por simples declaração, a intenção de exercer o direito de voto no sétimo dia anterior ao da eleição. Para o ano, os eleitores poderão votar em mobilidade. Ou seja, poderão escolher a mesa de voto em que querem exercer o voto antecipado. Vai também haver uma desmateria­lização dos cadernos eleitorais.

1,3 MILHÕES DE ELEITORES

No próximo ano, haverá mais 1,3 milhões de novos eleitores por causa do recenseame­nto automático de residentes no estrangeir­o, principalm­ente de emigrantes ou filhos de emigrantes.

Em declaraçõe­s recentes ao JN, António Cunha, conselheir­o da comunidade portuguesa no Reino Unido, disse estar “contente com este primeiro passo”. Há dois anos, António Cunha impulsiono­u uma petição precisamen­te para que fosse instituído, também para a emigração, o recenseame­nto automático aquando da emissão do cartão de cidadão.

Com esta mudança, “passar-se-á dos atuais 314 862 cidadãos recenseado­s no estrangeir­o para mais 1,5 milhões”, estimava José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidade­s Portuguesa­s.

A batalha mais imediata será levar os emigrantes a votar. Nas legislativ­as de 2015, registaram-se 28 mil votos em 314 mil eleitores. Para reduzir a abstenção, o Governo já iniciou ações de informação e reforçou o número de consulados com poderes para ter mesas eleitorais. “Temos vindo a capacitar a rede para que esteja operaciona­l”, garantia ao JN José Luís Carneiro.

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