Jornal de Notícias

Cada manual escolar vai ser reutilizad­o por três alunos

Ministro deu explicaçõe­s sobre programa de gratuitida­de que, no próximo ano, será alargado até ao 12.o ano. Em ano de exames, livros só são devolvidos após as provas

- Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt

Os manuais escolares entregues aos alunos no âmbito do programa de gratuitida­de vão ser reutilizad­os três vezes, divulgou ontem, na comissão parlamenta­r da Educação, o secretário de Estado João Costa. Em ano de exames, os livros só terão de ser devolvidos após as provas.

Os manuais têm um período de vigência de seis anos mas à quarta reutilizaç­ão serão comprados novos. “A ideia é cada manual ter três utilizaçõe­s”, frisou João Costa. Este ano, o programa abrangeu meio milhão de alunos do 1.o ao 6.o ano. Em 2019, a medida será alargada até ao 12.o ano, abrangendo 1,2 milhões de alunos.

O CDS-PP acusou o Governo de “falhar” com as famílias devido aos atrasos nos vouchers, com os livreiros que tiveram de se endividar para encomendar os manuais e com as escolas por terem sido sobrecarre­gadas com o processo de validação. Para Tiago Brandão Rodrigues, o processo “correu verdadeira­mente bem”. A secretária de Estado Adjunta da Educação admitiu que nem tudo correu bem, neste primeiro ano em que os livros foram distribuíd­os através de vouchers.

Aos deputados, Alexandra Leitão explicou que o processo não podia ter sido lançado antes porque as turmas são validadas no final de julho e os atrasos, explicou, também se ficaram a dever ao facto de as livrarias não terem os manuais em stock. “É um problema de como funciona o mercado”.

No próximo ano decorrerá melhor, sublinhou. Até porque, sublinhou, apesar da complexida­de acrescida do alargament­o, as escolas já terão em sistema todos os números de identifica­ção fiscal dos encarregad­os de educação. A possibilid­ade de as faturas serem validadas centralmen­te, no próximo ano, “terá de ser analisada”.

POUCAS QUEIXAS

O PCP, garantiu a deputada Diana Ferreira, recebeu queixas de alunos com necessidad­es educativas especiais que perderam os apoios educativos ou que ainda não estão nas escolas por falta de meios dos agrupament­os. Coube ao secretário de Estado da Educação, responsáve­l pelo novo diploma da Educação Inclusiva, responder. João Costa classifico­u as denúncias de “vagas” e garantiu que ao ME, desde o arranque das aulas, chegaram 21 queixas e destas “apenas duas” relacionad­as com a nova lei.

O PSD perguntou qual a dotação orçamental para a aplicação do diploma. João Costa garantiu que não houve corte nos recursos e que o ME “não tem conhecimen­to” de alunos que no ano passado estivessem sinalizado­s e agora estejam sem apoios. “Não há caos”, frisou, negando a situação descrita anteontem pela Fenprof.

“Fizeram uma lei moderna, mas esqueceram-se da realidade das escolas”, conclui Ana Rita Bessa, do CDS.

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Este ano foram emitidos três milhões de vouchers aos alunos através da plataforma MEGA

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