Jornal de Notícias

Relação tira dois anos de cadeia a arguido da máfia de Braga

Mantidas penas máximas a Pedro Bourbon, “Bruxo” e restantes principais condenados por crime bárbaro

- Óscar Queirós justica@jn.pt

O Tribunal da Relação do Porto confirmou a decisão dos juízes do Tribunal S. João Novo que, em dezembro do ano passado, condenaram à pena máxima os principais arguidos da “máfia de Braga”. Em março de 2016, para não devolverem uma fortuna de dois milhões de euros, raptaram o empresário João Paulo Fernandes para, num armazém de Valongo, o torturarem durante horas, assassiná-lo e dissolvere­m o cadáver em ácido sulfúrico. Um dos condenados viu a pena ser reduzida dois anos.

Os juízes desembarga­dores declaram improceden­tes os recursos apresentad­os pelos oito elementos do grupo liderado pelo advogado Pedro Bourbon e Emanuel Paulino, o “Bruxo da Areosa”, condenados com outros quatro – dois irmãos de Pedro Bourbon, um “segurança” e um contabilis­ta de Gondomar – a 25 anos de cadeia, pelos crimes, entre outros, de associação criminosa, sequestro, homicídio e profanação de cadáver.

Na essência, os recursos alegavam erros na apreciação da prova e admissão de prova proibida, as “escutas” que reputaram de ilegais e sem as quais a PJ nunca teria chegado aos criminosos. Segundo Silva Leal, advogado do “Bruxo”, foi o acesso “ilegítimo” ao telemóvel do cliente que permitiu identifica­r e escutar os restantes elementos. A defesa contestava ainda a valoração das declaraçõe­s de dois homens que terão participad­o nos crimes, mas que foram a tribunal depor como testemunha­s. Para os advogados, os seus depoimento­s não podiam ser admitidos e os seus autores “tinham de ser arguidos” e julgados.

Para a Relação, os juízes da primeira instância, presididos por William Themudo, estiveram bem. A exceção foi para Hélder Moreira, contabilis­ta e dono dos armazéns onde a vítima foi sequestrad­a e morta. Porque teve uma “menor participaç­ão” e merecia uma “ligeira descida” da pena – em lugar de 25, vai cumprir 23 anos.

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Pedro Bourbon já tinha sido condenado a 25 anos no Tribunal de S. João Novo

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