População descontente pelo fecho de serviços
Utentes protestam amanhã contra a retirada de valências do Centro de Saúde de Soares dos Reis. Mas a ARS Norte dá totais garantias
A passagem de valências do Centro de Saúde de Soares dos Reis para a nova unidade de Vilar de Andorinho, ambas em Gaia, está a causar desagrado. Luís Cunha e João Loredo, dois utentes ouvidos pelo JN, exemplificam o descontentamento (ler ao lado). Inclusive, amanhã, às 18 horas, haverá um protesto em Soares dos Reis, em frente às instalações, por iniciativa do Movimento de Utentes de Serviços Públicos, MUSP.
Em causa está a transferência da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e do Serviço de Atendimento a Situações Urgentes (SASU) para Vilar de Andorinho. Às queixas, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) responde que as necessidades dos utilizadores estão acauteladas. “Os utentes foram contactados para se pronunciarem sobre o interesse da sua passagem, ou não, para as novas instalações. Caso não queiram, no início do ano passam a integrar as listas pertencentes às duas unidades de saúde familiar (USF) que vão continuar em Soares dos Reis”, é explicado. Às dúvidas inerentes aos serviços, quem protesta foca também o discurso na questão dos transportes. É o caso da CDU, ao lembrar que a unidade em Soares dos Reis tem uma localização central “perto do metro e de paragens de transportes rodoviários provenientes de todo o concelho”. Na Assembleia da República, o grupo parlamentar do PCP vai questionar o Governo, enfatizando que a transferência, concretizada em setembro, tem “criado grandes transtornos à população”.
“RECEIO DE PERDER O MÉDICO”
“Tem o novo SASU em Vilar de Andorinho condições para acolher todos os utentes? Existem transportes públicos para as necessidades?”, pergunta a CDU de Gaia, apontando que muitos pacientes têm acedido mudar por “receio de perderem o médico de família”.
Por parte da ARS-Norte, no rol das garantias, é destacado que “até ao início do ano, nesta fase de transição, os utentes que não aceitarem a passagem poderão ser atendidos no regime de consulta em situação esporádica nas USF de Soares dos Reis. Os doentes mais vulneráveis poderão ser atendidos no domicílio”, é salientado.
Luís Cunha
Utente “Com estes fechos, daqui a pouco mais vale ir diretamente ao hospital. Sou contra”
João Laredo
Utente “Para quem não tem carro próprio é injustificável. Não estou de acordo com a mudança”