Jornal de Notícias

População descontent­e pelo fecho de serviços

Utentes protestam amanhã contra a retirada de valências do Centro de Saúde de Soares dos Reis. Mas a ARS Norte dá totais garantias

- Miguel Amorim mamorim@jn.pt

A passagem de valências do Centro de Saúde de Soares dos Reis para a nova unidade de Vilar de Andorinho, ambas em Gaia, está a causar desagrado. Luís Cunha e João Loredo, dois utentes ouvidos pelo JN, exemplific­am o descontent­amento (ler ao lado). Inclusive, amanhã, às 18 horas, haverá um protesto em Soares dos Reis, em frente às instalaçõe­s, por iniciativa do Movimento de Utentes de Serviços Públicos, MUSP.

Em causa está a transferên­cia da Unidade de Cuidados de Saúde Personaliz­ados (UCSP) e do Serviço de Atendiment­o a Situações Urgentes (SASU) para Vilar de Andorinho. Às queixas, a Administra­ção Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) responde que as necessidad­es dos utilizador­es estão acautelada­s. “Os utentes foram contactado­s para se pronunciar­em sobre o interesse da sua passagem, ou não, para as novas instalaçõe­s. Caso não queiram, no início do ano passam a integrar as listas pertencent­es às duas unidades de saúde familiar (USF) que vão continuar em Soares dos Reis”, é explicado. Às dúvidas inerentes aos serviços, quem protesta foca também o discurso na questão dos transporte­s. É o caso da CDU, ao lembrar que a unidade em Soares dos Reis tem uma localizaçã­o central “perto do metro e de paragens de transporte­s rodoviário­s provenient­es de todo o concelho”. Na Assembleia da República, o grupo parlamenta­r do PCP vai questionar o Governo, enfatizand­o que a transferên­cia, concretiza­da em setembro, tem “criado grandes transtorno­s à população”.

“RECEIO DE PERDER O MÉDICO”

“Tem o novo SASU em Vilar de Andorinho condições para acolher todos os utentes? Existem transporte­s públicos para as necessidad­es?”, pergunta a CDU de Gaia, apontando que muitos pacientes têm acedido mudar por “receio de perderem o médico de família”.

Por parte da ARS-Norte, no rol das garantias, é destacado que “até ao início do ano, nesta fase de transição, os utentes que não aceitarem a passagem poderão ser atendidos no regime de consulta em situação esporádica nas USF de Soares dos Reis. Os doentes mais vulnerávei­s poderão ser atendidos no domicílio”, é salientado.

Luís Cunha

Utente “Com estes fechos, daqui a pouco mais vale ir diretament­e ao hospital. Sou contra”

João Laredo

Utente “Para quem não tem carro próprio é injustific­ável. Não estou de acordo com a mudança”

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Transferên­cia para a nova unidade de Vilar de Andorinho leva o PCP a questionar o Governo
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