Notícias falsas incendeiam campanha presidencial
Jornais e tribunal criam espaços para denunciar mensagens
Com o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro a gabar-se de estar “com a mão próxima da faixa presidencial”, a segunda volta das eleições brasileiras está tanto ao rubro com as mensagens e notícias falsas (fake news) que jornais de referência e o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão a “desmontá-las”.
Um caso chocante são mensagens postas a circular nas redes sociais segundo as quais o candidato de esquerda, Fernando Haddad, vai legalizar a pedofilia e que um livro por ele publicado em 1998 incentiva o sexo entre pais e filhos.
Uma mensagem difundida no Facebook e no WhatsApp refere mesmo um projeto de lei já em tramitação na Câmara dos Deputados que nada tem a ver com Haddad nem com pedofilia, segundo o projeto “Comprova”, do jornal “Folha de São Paulo”. Outra sustenta que ele pretende implantar o socialismo e relações incestuosas, mas a equipa do “Fato ou Fake” do portal G1 desmente-a.
APOIOS RELIGIOSOS
O TSE criou uma página dedicada a esclarecer os leitores sobre as notícias falsas e verdadeiras e criou um grupo de alto nível para estudo do problema do uso das redes sociais, reunindo-se ontem mesmo com a empresa WhatsApp, que já está a trabalhar em ferramentas para barrar notícias falsas.
A batalha digital vai em paralelo com o corrupio dos candidatos em busca de apoios nos meios religiosos, com o evangélico Bolsonaro a receber o apoio do arcebispo católico do Rio de Janeiro e o ortodoxo Haddad, que também conta com apoio de sacerdotes católicos, a dirigir-se aos meios evangélicos.