“Vamos esperar que o noivo não deixe a noiva no altar”
Futebolistas do Sertanense vão jantar na tribuna VIP do Estádio Cidade de Coimbra. Presidente Paulo Farinha pede ajuda a São Pedro
Corações ao alto na Sertã. Apesar de jogar em casa emprestada, no Cidade de Coimbra, o Sertanense, oitavo classificado do Campeonato Portugal, Série C, quer contrariar a lógica frente ao Benfica e o presidente, Paulo Farinha, já tem um bónus preparado para os jogadores. “Não é nada monetário, porque não há dinheiro que pague a magia destes jogos. Também não é por mais 50 ou 100 euros que estes jogadores se vão empenhar mais. Isso é para os ‘profissionalões’. Estes já vão dar tudo o que têm”, diz, seguro, o responsável máximo do clube, que, por estes dias, teve de se desdobrar em funções para aceder a todos os pedidos inerentes à organização do encontro.
“O tempo é precioso e o telefone não tem parado de tocar. Fico orgulhoso porque há muitos ex-jogadores que me ligam a dar força e dizem que gostavam de entrar no relvado e disputar este encontro. É o jogo de todos os sonhos”, resume Paulo Farinha, que não esconde a mágoa de jogar em campo
neutro: “É a primeira vez que o Sertanense joga fora na condição de visitado. É uma dor de alma, mas vamos esperar que o noivo não deixe a noiva no altar [n.d.r: Sertanense consiga a vitória] e a história tenha um final feliz”.
O chumbo da Federação Portuguesa de Futebol ao campo de jogos Dr. Marques dos Santos complica as contas do clube. “Meteram-nos numa embrulhada e não sei como vamos sair dela. Se o jogo der prejuízo, vamos precisar de 20 anos para pagar a dívida”, diz Paulo Farinha, que espera uma ajuda divina: “Oxalá o São Pedro esteja bem-disposto e não haja chuva. O jogo dá na TV e se estiver mau tempo, as pessoas ficam em casa.”
Independentemente do resultado, há festa garantida. “Já prometi aos jogadores que vão jantar na Tribuna VIP do estádio e olhar para o relvado onde tudo aconteceu. Espero que possam recordar aquele noite para sempre e entrem na história do Sertanense”, deixa escapar, emocionado, Paulo Farinha, habitualmente imune a grandes manifestações: “Se me virem aos saltos no banco é porque, de facto, algo de muito importante aconteceu. Seria bonito”.