Fugiram pela janela do tribunal
Gémeos e sobrinho que assaltaram 30 idosos escaparam do TIC do Porto. Foram ajudados por uma namorada, que se apoderou da chave da cela
Três suspeitos de 30 assaltos a idosos, alguns com violência, detidos em flagrante pela PSP do Porto, fugiram, na tarde de ontem, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC), com a ajuda da namorada de um deles e depois de o juiz de instrução lhes decretar prisão preventiva . Trata-se de dois irmãos gémeos, Fernando Tiago e Emanuel Brito dos Santos, de 35 anos, e o sobrinho, Hugo Saraiva, de 25 anos, todos com cadastro.
A fuga terá sido planeada e decidida quando estavam ainda nas instalações da PSP a aguardar a ida ao TIC. Ali chegados, e depois do primeiro interrogatório judicial, regressaram às celas, na cave do edifício, que tem como única entrada/saída a porta da garagem que dá para a Rua de Camões.
MINUTO COM A NAMORADA
Quando aguardavam a decisão do magistrado, mas já ao corrente de que o procurador pedira a sua prisão preventiva, considerando o longo cadastro e perigosida- de, às 17 horas foram de novo conduzidos à presença do juiz para o ouvirem aceitar o pedido do Ministério Público. Iam os três aguardar julgamento presos.
PSP EM ALERTA
Aparentemente conformados, foram de novo conduzidos às celas, onde deveriam esperar a chegada do veículo celular para recolherem à cadeia de Custóias. E terá sido durante este percurso que um dos detidos pediu aos polícias que os escoltavam para lhe dar “um minutinho” para se “despedir” da namorada”, tendo, segundo o que uma fonte contou ao JN, “obtido autorização”.
E é aqui que começam a divergir as versões. Enquanto fonte policial refere que os detidos “aproveitaram a ocasião para manietar os agentes” e fugir, outra, que estava presente no tribunal na altura dos factos, garantiu que os três homens, depois de um deles ter estado “com a namorada”, retomaram o caminho das celas e que foi dali que fugiram. “Ou a namorada de um deles roubou uma chave a alguém lá dentro e passou-lha quando esteve a abraçá-lo” ou então “o polícia esqueceu-se de trancar a cela”.
Certo, e aqui ninguém di-
verge, é que os suspeitos subiram por uma escada interior até uma sala do segundo andar, abriram a janela e saltaram para o terraço do primeiro andar, por cima da CGD, e dali para a Rua de Gonçalo Cristóvão, em direção à Praça da República, onde foram vistos pela última vez a apanhar um táxi.
Lançado o alerta, a PSP desencadeou uma vasta operação que abrangeu toda a região do Grande Porto e residências de gente próxima dos foragidos.
Porém, não surtiu qualquer resultado até ao fecho desta edição.