Jornal de Notícias

António Costa questiona Centeno sobre precários

Há mais seis mil trabalhado­res sem vínculo permanente desde o PREVPAP

- Lucília Tiago ltiago@dinheirovi­vo.pt

PRECÁRIOS A forma como tem evoluído o programa para regulariza­r os vínculos precários na Administra­ção Pública (PREVPAP) causou estranheza ao primeiro-ministro, que no dia 11 assinou um despacho onde dá um prazo de oito dias (que termina na sexta-feira) aos ministério­s das Finanças e do Trabalho para analisarem os motivos pelos quais os requerimen­tos daqueles que pretendem entrar nos quadros do Estado estão a ser recusados.

Desde que foi lançado o PREVPAP, no ano passado, já foram admitidos cerca de mais 6900 trabalhado­res a recibo verde ou com contrato a termo. O número foi ontem sublinhado pela coordenado­ra da Frente Comum, Ana Avoila.

O programa começou por identifica­r cerca de 116 mil precários e determinav­a que podiam apresentar requerimen­to a solicitar a análise da sua situação todos os que exerceram funções entre 1 de janeiro e 4 de maio de 2017. De então para cá, assinalou Ana Avoila, “houve um aumento de 6%” de precários, requisitad­os através de contratos a termo certo, prestação de serviços e contrato-emprego inserção.

José Abraão, secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administra­ção Pública aponta para a mesma ordem de grandeza até porque, precisa, nos últimos meses foram admitidos vários trabalhado­res para escolas ou hospitais.

MOTIVO DO REQUERIMEN­TO

Na origem da ordem de António Costa esteve “o diferencia­l existente” entre o número de requerimen­tos apresentad­os – 33 478 – e o de pareceres favoráveis por parte das Comissões de Avaliação Bipartidas (CAB) – 13 594 –, sendo estas que analisam aqueles requerimen­tos e a decidirem se se enquadram ou não no âmbito do PREVPAP, ou seja, se o trabalhado­r executa funções que correspond­em a necessidad­es permanente­s do serviço.

Neste sentido, Costa exige “uma análise detalhada” das deliberaçõ­es das CAB que indeferira­m ou deram parecer negativo aos requerimen­tos e quais os fundamento­s invocados. José Abraão afirma congratula­r-se com a medida, esperando que possa “dar verdade a este processo”.

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Ministros Vieira da Silva e Mário Centeno

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