Trabalhos sobre superbactérias e cancro premiados
Iniciativa da Pfizer distingue investigadoras do i3S e do ITQB Nova com 20 mil euros cada
Uma pesquisa sobre o desenvolvimento de novos antibióticos para combater as superbactérias que se desenvolvem em meio hospitalar e uma outra que estuda as bactérias no estômago dos doentes com cancro gástrico são as vencedoras dos prémios Pfizer 2018 – ontem entregues em Lisboa. As duas investigações, cada uma recebe 20 mil euros, são lideradas por mulheres, uma da Universidade Nova de Lisboa (UNL), a outra da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) .
A primeira, distinguida na categoria de “Investigação Básica”, foi entregue à equipa de Mariana Gomes Pinho, do Instituto de Tecnologia Química e Biologia da UNL. O trabalho sobre as bactérias resistentes aos antibióticos, que podem vir a matar mais de 300 milhões de pessoas nos próximos 35 anos, debruça-se sobre a possibilidade dos futuros antibióticos focarem-se na divisão celular .
“Há antibióticos que só atuam numa fase muito breve da formação da parede celular, enquanto outros, como a penicilina, “atuam durante um período muito longo do ciclo celular”, revelou a cientista, citada pela agência Lusa. A investigação incidiu na bactéria ““Staphylococcus aureus”, uma das mais resistentes que coloca Portugal entre os países com mais casos na União Europeia.
CANCRO DO ESTÔMAGO
O segundo prémio, de Investigação Clínica, foi atribuído à equipa coordenada por Céu Figueiredo, do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde –, da FMUP. O trabalho concluiu que as bactérias no estômago dos doentes com cancro gástrico são diferentes das que existem nos doentes com inflamação crónica no estômago (gastrite crónica).
Segundo os investigadores, a alteração do perfil bacteriano no estômago poderá vir a ser relevante no seguimento dos doentes com lesões pré cancerosas e contribuir para a prevenção do cancro do estômago.
De acordo com Céu Figueiredo, nos doentes com cancro do estômago há uma “diminuição da abundância da ‘H. pylori’”, e aparecem “bactérias que produzem substâncias químicas capazes de causar danos” no material genético das células.