Jornal de Notícias

Filas no registo de alojamento local para evitar nova lei

Legislação entra em vigor na segunda-feira. Na Baixa, há quem chegue duas horas antes de abrir para ter senha

- Inês Banha ines.banha@jn.pt

O dia era de greve no metropolit­ano e, por isso, de menor afluência à Baixa lisboeta, mas nem por isso Luís Ramos arriscou perder o seu lugar na fila para registar o seu alojamento local: às 7.15 horas de ontem estava à porta do Balcão Lisboa ali existente para garantir que, às 9 horas, era dos primeiros a ser atendidos.

A poucos dias da entrada em vigor, na segunda-feira, da nova lei do alojamento local, as filas do único balcão do Centro Histórico onde é possível registar negócios do género aumentaram significat­ivamente, com as senhas a serem suspensas pelo menos duas horas antes de o espaço encerrar. Tudo para conseguir escapar à nova legislação, até quando o objetivo não é colocar uma habitação no mercado.

“Vim registar o apartament­o onde moro. Não estou a pensar pô-lo no alojamento local, mas o contabilis­ta recomendou que o fizesse já. Pode vir no futuro alguma medida obscura e assim já está”, explica ao JN uma proprietár­ia que prefere o anonimato.

Uma convicção que não esmorece nem quando se apercebe de que, afinal, o seu apartament­o nem sequer fica num dos cinco bairros da capital (Alfama, Madragoa, Castelo, Mouraria e Bairro Alto) onde será suspenso o registo do novos negócios – uma medida que, aliás, só deverá ir a reunião da Câmara no final do mês.

Um misto de desconheci­mento e medo que acaba por apanhar quem recorre ao Balcão Lisboa para tratar de outros assuntos. Como um arquiteto que ontem se deslocou ao espaço na Rua Nova do Almada pela terceira vez na última semana para tratar de alojamento, ou como Isabel Rebelo, que foi entregar um papel que um amigo não conseguira fornecer na véspera.

“Ele ontem chegou às 8.40, foi o quinto da fila e só foi atendido às dez e meia”, frisou. Em média, cada pessoa tem demorado meia hora a ser atendida.

 ??  ?? Em dia de greve no metropolit­ano, a afluência foi menor, mas último dia é hoje
Em dia de greve no metropolit­ano, a afluência foi menor, mas último dia é hoje

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal