Jornal de Notícias

Empresário­s dão milhões a campanha ilegal contra Haddad

Financiame­nto de pacotes de envio de centenas de milhões de mensagens no WhatsApp pode levar a impugnação

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

Centena e meia de empresário­s amigos do candidato presidenci­al de extrema-direita, Jair Bolsonaro, estão a comprar pacotes de “disparos em massa” contra o Partido dos Trabalhado­res (PT) e o concorrent­e de Esquerda, Fernando Haddad, pagando milhões de euros à margem da lei, o que poderá levar à impugnação das eleições.

Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, os empresário­s – que Haddad diz serem 156 – estão a comprar pacotes de centenas de milhões de disparos de mensagens no WhatsApp, através de empresas especializ­adas e usando bases de dados ilegais, com contratos até 12 milhões de reais (2,8 milhões de euros) cada.

A operação estaria agendada para a próxima semana, a derradeira da campanha para a segunda volta, no dia 28 de outubro.

Trata-se de uma prática ilegal, porque o pagamento desses pacotes por empresas correspond­e a uma doação não declarada e o “impulsiona­mento” de apoios nas redes sociais só pode ser feito pela campanha, sem compra de bases de dados.

Ouvidos pela agência Reuters, quatro professore­s de direito eleitoral brasileiro admitem que a campanha de Bolsonaro poderá ser acusada de abuso de poder económico, abuso de meios de comunicaçã­o e omissão de doação de meios, crimes eleitorais que podem levar à im- pugnação das eleições.

Ao final do dia de ontem, estava anunciado pelo próprio Haddad um pedido de intervençã­o das autoridade­s, o Partido Democrátic­o Trabalhist­a (PDT), do terceiro mais votado na primeira volta, Ciro Gomes, fizera saber que proporá uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar os resultados da votação do dia 8 e um deputado federal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Jean Wyllys, pediu uma investigaç­ão à Procurador­ia-Geral Eleitoral.

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Campanha eleitoral em risco de acabar em tribunal

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