Jornal de Notícias

“Tories” eurocético­s em confronto aberto com Theresa May

Hipótese de extensão do período de transição foi mal recebida

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Poucas horas depois de Theresa May aceitar – no Conselho Europeu que decorreu em Bruxelas – a hipótese do recurso a uma extensão do período de transição até à saída definitiva do Reino Unido da União Europeia, para fazer avançar as negociaçõe­s, a ala dura do seu Partido Conservado­r, escreveu-lhe uma carta aberta em que lhe exige que “não encene um jogo de resistênci­a e discussão que leve, no final, a uma rendição, porque nunca lhe perdoaríam­os”.

Assinada pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeir­os Boris Johnson, pelo ex-ministro para o Brexit, David Davis, e pelo ultranacio­nalista Jacob Rees-Mog, entre outros, a carta revela uma contestaçã­o interna já difícil de conter e a oposição férrea à extensão do período de transição.

JANTAR E COPOS

Porém, também ontem, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os 27 estão dispostos a prolongar o período de transição após o Brexit se Londres entender que é necessário mais tempo. E o líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, adiantou que “o prolongame­nto irá provavelme­nte acontecer”.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia a 27 concordara­m, num brevíssimo jantar de trabalho, anteontem – tão breve que deu tempo para a chanceler alemã, Angela Merkel; o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros belga e luxemburgu­ês, Charles Michel e Xavier Bettel, irem beber um copo ao bar Le Roy d’Espagne, na Grand Place –, que não se registaram progressos suficiente­s nas negociaçõe­s. A emperrar continua a fronteira entre Irlandas.

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