Prejuízos do Leslie somam 100 milhões
Um dos setores mais atingidos foi o agrícola. Algumas autarquias alargaram prazo para comunicar estragos
Uma semana depois, os prejuízos decorrentes da passagem do furacão Leslie na Região Centro já superam os 100 milhões de euros, entre estruturas públicas e privadas. O número, no entanto, ainda poderá aumentar, uma vez que há municípios que ainda não concluíram o levantamento para entregar à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
O concelho da Figueira da Foz é o que apresenta um valor mais elevado, com os prejuízos a rondarem os 32 milhões de euros. Montemor-o-Velho já entregou o levantamento à CCDRC, com um balanço final de 23 milhões de euros de prejuízo. “Na parte que nos diz respeito, totalizámos prejuízos no valor de 11,5 milhões. A esses juntam-se 10 milhões em danos para a agricultura e dois milhões nas empresas”, descreve ao JN o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão. O autarca completa que estão contabilizados, no concelho, 45 edifícios atingidos pela tempestade que passou pelo território continental a 13 de outubro.
PRAZO ALARGADO
Coimbra e Soure ainda não completaram o levantamento para entregar à tutela, tendo o prazo sido alargado. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, lançou ontem um edital a alargar o prazo de comunicação dos danos por parte dos munícipes até quarta-feira, com os servi- ços municipais de atendimento a funcionar até às 19.30 horas.
Ao que o JN conseguiu apurar, o valor estimado dos prejuízos em Coimbra anda nas dezenas de milhões de euros. Em Soure, o presidente da Câmara Municipal, Mário Jorge Nunes, conta ter também o levantamento concluído até quarta-feira, estando o valor atualmente nos 13 milhões de euros. “Só na agricultura, as perdas são de quatro milhões. Temos ainda danos de 2,5 milhões em infraestruturas públicas, um milhão em equipamentos sociais, 2,5 milhões em empresas e três milhões em habitações”, destaca.
CINCO MILHÕES CADA
Condeixa-a-Nova, Pombal e Marinha Grande avançam para prejuízos na ordem dos cinco milhões de euros cada. Em Pombal, o setor mais afetado é o empresarial, com um total de 3,5 milhões de euros.
“As perdas maiores são na produção agrícola, nomeadamente, em estufas e produção hortícola, com uma estimativa de impacto em 17 a 20 hectares de produção”, informa uma nota do município.
Já na Marinha Grande, a Câmara aprovou a autorização da ocupação da via pública e execução de obras isentas de controlo prévio para reparação dos danos decorrentes da tempestade. “Especialmente numa situação como esta, consideramos que o município deve ser um órgão facilitador do processo de reconstrução do nosso concelho”, defende a autarca Cidália Ferreira.
* COM ALEXANDRA BARATA