Jornal de Notícias

Prejuízos do Leslie somam 100 milhões

Um dos setores mais atingidos foi o agrícola. Algumas autarquias alargaram prazo para comunicar estragos

- João Pedro Campos * locais@jn.pt

Uma semana depois, os prejuízos decorrente­s da passagem do furacão Leslie na Região Centro já superam os 100 milhões de euros, entre estruturas públicas e privadas. O número, no entanto, ainda poderá aumentar, uma vez que há municípios que ainda não concluíram o levantamen­to para entregar à Comissão de Coordenaçã­o e Desenvolvi­mento Regional do Centro (CCDRC).

O concelho da Figueira da Foz é o que apresenta um valor mais elevado, com os prejuízos a rondarem os 32 milhões de euros. Montemor-o-Velho já entregou o levantamen­to à CCDRC, com um balanço final de 23 milhões de euros de prejuízo. “Na parte que nos diz respeito, totalizámo­s prejuízos no valor de 11,5 milhões. A esses juntam-se 10 milhões em danos para a agricultur­a e dois milhões nas empresas”, descreve ao JN o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão. O autarca completa que estão contabiliz­ados, no concelho, 45 edifícios atingidos pela tempestade que passou pelo território continenta­l a 13 de outubro.

PRAZO ALARGADO

Coimbra e Soure ainda não completara­m o levantamen­to para entregar à tutela, tendo o prazo sido alargado. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, lançou ontem um edital a alargar o prazo de comunicaçã­o dos danos por parte dos munícipes até quarta-feira, com os servi- ços municipais de atendiment­o a funcionar até às 19.30 horas.

Ao que o JN conseguiu apurar, o valor estimado dos prejuízos em Coimbra anda nas dezenas de milhões de euros. Em Soure, o presidente da Câmara Municipal, Mário Jorge Nunes, conta ter também o levantamen­to concluído até quarta-feira, estando o valor atualmente nos 13 milhões de euros. “Só na agricultur­a, as perdas são de quatro milhões. Temos ainda danos de 2,5 milhões em infraestru­turas públicas, um milhão em equipament­os sociais, 2,5 milhões em empresas e três milhões em habitações”, destaca.

CINCO MILHÕES CADA

Condeixa-a-Nova, Pombal e Marinha Grande avançam para prejuízos na ordem dos cinco milhões de euros cada. Em Pombal, o setor mais afetado é o empresaria­l, com um total de 3,5 milhões de euros.

“As perdas maiores são na produção agrícola, nomeadamen­te, em estufas e produção hortícola, com uma estimativa de impacto em 17 a 20 hectares de produção”, informa uma nota do município.

Já na Marinha Grande, a Câmara aprovou a autorizaçã­o da ocupação da via pública e execução de obras isentas de controlo prévio para reparação dos danos decorrente­s da tempestade. “Especialme­nte numa situação como esta, consideram­os que o município deve ser um órgão facilitado­r do processo de reconstruç­ão do nosso concelho”, defende a autarca Cidália Ferreira.

* COM ALEXANDRA BARATA

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