Jogo digital alerta os jovens para violência no namoro
UNLOVE já está disponível online. Jovens dos 12 aos 20 são público-alvo
Desmistificar o que é a violência no namoro – que não passa apenas por agressões físicas – é um dos objetivos do UNLOVE, um jogo digital que foi apresentado, ontem, na Universidade de Aveiro (UA). Desenvolvido sob a responsabilidade do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), dirige-se essencialmente a jovens dos 12 aos 20 anos e foi revelado ao público no mesmo dia em que foi apresentado o UNPOP, um guião pedagógico que pretende ser uma ferramenta para os adultos (pais, educadores ou técnicos que lidem com jovens). Nesse último, os videoclipes musicais de consagrados artistas internacionais são a chave para chegar aos mais novos.
Na base do UNLOVE está uma tese de mestrado de alunos da UA, que, em 2013, contactaram o MDM com o objetivo de desenvolver um videojogo que alertasse para a problemática da violência no namoro. No ano passado, a secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, ao ter conhecimento dos protótipos desenvolvidos, quis financiar o projeto.
ANALISAR VIDEOCLIPES
“Tínhamos que encontrar uma solução para chegar aos jovens, que começam as relações cada vez mais cedo. O jogo foi desenvolvido sempre junto do público-alvo, ao longo de 18 meses. Foi testado e os jovens foram dando contributos”, explica Manuela Antunes da Silva, da direção nacional do MDM.
O jogador do UNLOVE é desafiado a criar a sua personagem (“avatar”) e a do seu parceiro ou parceira. E, depois, passa a viver uma relação virtual de namoro, no decorrer do jogo, que o coloca de frente com questões, dúvidas e opções de comportamentos, à medida que evolui. “Não quisemos um jogo moralista, que penalize. Mas sim que oriente para a não violência”, adianta a dirigente do MDM.
Já o UNPOP é um guião para analisar videoclipes musicais famosos que passam “mensagens erradas” – relacionadas com violência, discriminação de género, entre outras –, ensinando os adultos a desconstruir outros vídeos com que se deparem diariamente.
O objetivo é “aproximarmo-nos da linguagem dos jovens”, resume Manuela Antunes da Silva. Os dois produtos serão, a partir de hoje, de acesso universal, online, e, numa primeira fase, serão divulgados, essencialmente, nas escolas do distrito de Aveiro.