Jornal de Notícias

Estudo pedido pelo MAI aponta ao SIRESP erros “inaceitáve­is”

Especialis­tas concluem que são precisas estações móveis e mais formação da rede de comunicaçã­o de emergência

- Nuno Miguel Ropio nuno.ropio@jn.pt

Um estudo sobre o SIRESP, pedido pelo Governo, concluiu que a rede de comunicaçõ­es de emergência padece de várias falhas graves que colocam o sistema num patamar de serviço “inferior ao aceitável” e que são precisas mais estações móveis.

O contrato desta parceria público-privada, que desde 2006 já custou 550 milhões de euros ao Estado, também é criticado: os especialis­tas apontam problemas nas fórmulas que servem de avaliação à eficácia da rede.

Elaborado pelo Instituto de Telecomuni­cações (IT), este é o segundo estudo ao Sistema Integrado de Redes de Segurança de Portugal (SIRESP), adiantou, ontem, a TSF. Os mesmos especialis­tas foram responsáve­is pela análise ao funcioname­nto da rede no incêndio de Pedrógão, em 2017.

O documento diz que não só a autonomia do SIRESP em casos de faltas de energia é “claramente insuficien­te”, como “a indisponib­ilidade da rede admitida pelo contrato é muito superior à aceitável numa rede de emergência”.

O problema, dizem, não reside no contrato firmado pelo Estado com o consórcio, liderado pela Altice, mas na fórmula de cálculo usada e no facto de a rede não ter sido “concebida para evoluir em relação” às necessidad­es, já que foi desenvolvi­da com base em eventos como o Euro 2004. Refira-se que, há uma semana, o Tribunal de Contas recusou o visto ao investimen­to de 15,65 milhões de euros que o Governo pretendia fazer no SIRESP, em geradores e níveis de redundânci­a. E o Estado deixou cair as multas que se propunha aplicar devido às falhas nos incêndios.

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Estudo critica fórmula de calculo da eficácia da rede

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