Estudo pedido pelo MAI aponta ao SIRESP erros “inaceitáveis”
Especialistas concluem que são precisas estações móveis e mais formação da rede de comunicação de emergência
Um estudo sobre o SIRESP, pedido pelo Governo, concluiu que a rede de comunicações de emergência padece de várias falhas graves que colocam o sistema num patamar de serviço “inferior ao aceitável” e que são precisas mais estações móveis.
O contrato desta parceria público-privada, que desde 2006 já custou 550 milhões de euros ao Estado, também é criticado: os especialistas apontam problemas nas fórmulas que servem de avaliação à eficácia da rede.
Elaborado pelo Instituto de Telecomunicações (IT), este é o segundo estudo ao Sistema Integrado de Redes de Segurança de Portugal (SIRESP), adiantou, ontem, a TSF. Os mesmos especialistas foram responsáveis pela análise ao funcionamento da rede no incêndio de Pedrógão, em 2017.
O documento diz que não só a autonomia do SIRESP em casos de faltas de energia é “claramente insuficiente”, como “a indisponibilidade da rede admitida pelo contrato é muito superior à aceitável numa rede de emergência”.
O problema, dizem, não reside no contrato firmado pelo Estado com o consórcio, liderado pela Altice, mas na fórmula de cálculo usada e no facto de a rede não ter sido “concebida para evoluir em relação” às necessidades, já que foi desenvolvida com base em eventos como o Euro 2004. Refira-se que, há uma semana, o Tribunal de Contas recusou o visto ao investimento de 15,65 milhões de euros que o Governo pretendia fazer no SIRESP, em geradores e níveis de redundância. E o Estado deixou cair as multas que se propunha aplicar devido às falhas nos incêndios.