Prisão efetiva por matar turista numa passadeira
Condutor sem carta atropelou e fugiu para o estrangeiro. Julgado três anos depois
O Tribunal de S. João Novo condenou ontem a dois anos e meio de cadeia o condutor que, em 2015, atropelou mortalmente um turista espanhol na passadeira, à saída do museu de Serralves. Os juízes consideraram provado que não possuía carta, não respeitou a passadeira, e que em lugar de travar, para socorrer, acelerou para fugir. E como tem assinalável cadastro, vai mesmo para a cadeia
Nuno Neves Leite, de 36 anos, de Vilar de Andorinho, Gaia, foi condenado pelos crimes de homicídio por negligencia, omissão de auxílio e condução sem habilitação legal.
NEGOU FUGA
Em julgamento, o arguido confessou o atropelamento e a falta de carta de condução, mas negou que não tivesse parado para socorrer o espanhol Pere Marsol, depois de o colher e arrastar durante 70 metros. Nuno afirmou ao tribunal que parou “mais à frente” e durante “dois minutos”. Mas que viu “juntar-se muita gente” e temeu pela vida, fugindo não apenas do local, mas para o estrangeiro, onde andou dois anos. Testemunhas juraram que ele acelerou até desaparecer na Avenida da Boavista.
Justificando a prisão efetiva, malgrado a pena ser inferior a cinco anos, a juíza-presidente falou da exigência de combater a mortalidade rodoviária e lembrou ao arguido o seu cadastro – na altura, estava em liberdade condicional, depois de cumprir metade dos 14 anos a que fora condenado por furto e tráfico de droga. E como demonstrava não se ter emendado, regressaria à cadeia, o que deve acontecer quando o acórdão transitar em julgado.