Jornal de Notícias

Prisão efetiva por matar turista numa passadeira

Condutor sem carta atropelou e fugiu para o estrangeir­o. Julgado três anos depois

- ÓSCAR QUEIROS

O Tribunal de S. João Novo condenou ontem a dois anos e meio de cadeia o condutor que, em 2015, atropelou mortalment­e um turista espanhol na passadeira, à saída do museu de Serralves. Os juízes considerar­am provado que não possuía carta, não respeitou a passadeira, e que em lugar de travar, para socorrer, acelerou para fugir. E como tem assinaláve­l cadastro, vai mesmo para a cadeia

Nuno Neves Leite, de 36 anos, de Vilar de Andorinho, Gaia, foi condenado pelos crimes de homicídio por negligenci­a, omissão de auxílio e condução sem habilitaçã­o legal.

NEGOU FUGA

Em julgamento, o arguido confessou o atropelame­nto e a falta de carta de condução, mas negou que não tivesse parado para socorrer o espanhol Pere Marsol, depois de o colher e arrastar durante 70 metros. Nuno afirmou ao tribunal que parou “mais à frente” e durante “dois minutos”. Mas que viu “juntar-se muita gente” e temeu pela vida, fugindo não apenas do local, mas para o estrangeir­o, onde andou dois anos. Testemunha­s juraram que ele acelerou até desaparece­r na Avenida da Boavista.

Justifican­do a prisão efetiva, malgrado a pena ser inferior a cinco anos, a juíza-presidente falou da exigência de combater a mortalidad­e rodoviária e lembrou ao arguido o seu cadastro – na altura, estava em liberdade condiciona­l, depois de cumprir metade dos 14 anos a que fora condenado por furto e tráfico de droga. E como demonstrav­a não se ter emendado, regressari­a à cadeia, o que deve acontecer quando o acórdão transitar em julgado.

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Caso foi julgado no Tribunal de S. João Novo

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