Jornal de Notícias

Procurador­ia contraria Carlos Alexandre

PGR diz que processo Marquês foi enviado em suporte eletrónico na totalidade, antes do sorteio

- Nelson Morais justica@jn.pt

A transmissã­o eletrónica dos autos da Operação Marquês para o Tribunal Central de Investigaç­ão e Ação Penal, também conhecido como “Ticão”, foi efetuada a tempo de aqui ser realizado o sorteio que atribuiu a instrução do processo ao juiz Ivo Rosa. A informação é da Procurador­ia-Geral da República e contraria o sentido de declaraçõe­s prestadas na RTP pelo juiz não sorteado, Carlos Alexandre.

“A indicação de que dispomos é a de que a transmissã­o eletrónica do processo foi efetuada”, respondeu ontem fonte oficial da Procurador­ia, liderada por Lucília Gago, depois de o JN lhe perguntar, no dia anterior, se o Departamen­to Central de Investigaç­ão e Ação Penal tinha transmitid­o o processo “na sua totalidade” e antes da sua distribuiç­ão eletrónica. “O processo em suporte físico, atenta a respetiva extensão”, é que “não foi no imediato transmitid­o na totalidade”, distinguiu a mesma fonte.

Sem distinções, Carlos Alexandre declarara que, a 28 de setembro, tinha sido “distribuíd­a” a Ivo Rosa apenas “uma parte” dos autos, no que seria interpreta­do como uma irregulari­dade processual, porquanto tinham ficado para trás 140 caixas com provas.

Sobre a aleatoried­ade do sorteio, que Alexandre questionou e levou o Conselho Superior da Magistratu­ra a abrir um inquérito, a PGR não se pronunciou. Quem o fez, ontem, foi a secretária de Estado da Justiça. Helena Mesquita Ribeiro, juíza de carreira, que comentou que o Ministério tem “absoluta confiança” na distribuiç­ão eletrónica, mas acrescento­u que, “perante as suspeições que foram levantadas pelo senhor juiz Carlos Alexandre, aquilo que se tem a fazer é averiguar e ver se, de facto, há algum problema”.

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Carlos Alexandre questionou sorteio em entrevista

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