Jornal de Notícias

Passeio com a cadela acabou em tragédia

Maria Freitas, de 82 anos, morreu atropelada na Estrada de D. Miguel, em S. Pedro da Cova. Moradores dizem que rua continua perigosa

- Adriana Castro locais@jn.pt

Foi o barulho das sirenes que despertou ontem S. Pedro da Cova, em Gondomar. Eram 9.45 horas quando Maria Freitas, de 82 anos, passeava com a cadela Mimi junto à Estrada D. Miguel. Mas a rotina de todos os dias terminou em tragédia. Durante o passeio, a vítima foi colhida por um carro e morreu no local, perto da capela de S. José. A cadela foi transporta­da, em estado grave, para uma clínica veterinári­a, em Rio Tinto.

“Começámos mal a manhã. Vi-a a passar aqui ainda hoje [ontem] antes do acidente”, revelou Isaura Teixeira, vizinha da vítima. “Era uma senhora cheia de vida e muito independen­te. Ontem [anteontem] até me disse, toda contente, que ia cortar o cabelo”, contou. Maria Freitas vivia com a filha, os dois netos e os dois bisnetos. “O marido faleceu há muitos anos”, contou a vizinha da vítima.

“ESTRADA DA MORTE”

A má reputação da estrada D. Miguel é bem conhecida. E, apesar do choque que a morte de Maria Freitas provocou nos moradores, não ficaram surpreendi­dos com a ocorrência de mais uma desgraça.

“É uma estrada perigosa e tem havido muitos acidentes. Os carros andam com muita velocidade. Até já lhe chamaram Estrada da Morte”, revelou Maria Garrido, de 54 anos.

“Quando o piso era mau e não se podia andar, havia menos acidentes. Mas agora que a estrada é boa, morre mais gente. Até já morreram pessoas nas passadeira­s”, desabafou Alfredo Silva, de 73 anos.

Mas a vizinha da vítima, Isaura Teixeira, continua a procurar uma explicação para a tragédia. “Ela andava com a cadela sempre de trelinha, sempre no passeio e atravessav­a sempre na passadeira. Só se a trela rebentou e foi atrás da cadela para a apanhar. Porque ela não agarrava a trela com a mão, enrolava-a no braço”, explicou Isaura.

João Morais fala do descuido dos condutores: “Esta estrada é enorme. Vai até Valongo e é perigosa porque ninguém respeita o limite de velocidade. Às vezes é preciso esperar meia hora para passar na passadeira porque não param”.

Veríssimo Coelho queixa-se do mesmo. “As pessoas não respeitam as regras. Se eu andar devagar nesta estrada, o que vier atrás de mim insulta-me logo. Buzina e tudo”, contou.

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Acidente ocorreu na Estrada D. Miguel, perto da capela de S. José

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