Legislativas afegãs dão sinais de problemas
Votação foi adiada na província de Kandahar depois de atentado
As legislativas afegãs deste sábado já começaram mal. Ontem, a Comissão Eleitoral adiou por uma semana a ida às urnas na província de Kandahar (Sul), depois de um ataque terrorista ter resultado na morte dos chefes locais da Polícia e do serviço de informações. Reclamado pelos talibãs, ainda que sem provas, o atentado matou ainda dois agentes policiais, mas não o homem que era alvo, o comandante da força da NATO no país.
O adiamento visa permitir os rituais fúnebres das vítimas, mas também pode funcionar como a entrega da “vitória” à propaganda talibã, além de confirmar a falta de capacidade do Governo em organizar eleições nacionais a escassos meses da eleição presidencial.
A campanha ficou marcada pela violência em vários pontos do país, vitimando cinco dos 2500 candidatos, ferindo três e envolvendo o sequestro de outros dois.
Os talibãs apelaram diretamente ao ataque às forças de segurança para boicotar as legislativas, que entendem ter como objetivo legitimar a presença de tropas internacionais no país. Agora, ameaçam bloquear as principais estradas e apelam ao boicote: “Participar neste processo é ajudar os invasores na implementação dos seus planos, que são ilegais do ponto de vista religioso e vão contra os nossos valores e interesses nacionais”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já condenou os ataques e pediu a todos os protagonistas para assegurarem eleições tranquilas.