“La Traviata” traz de volta o amor altruísta
Ópera de Verdi chega hoje ao Coliseu do Porto numa parceria com o Teatro Nacional de São Carlos. Bilhetes esgotaram em três meses
É uma das crónicas de amor mais conhecidas do Mundo. “La Traviata” – a ópera em três atos de Giuseppe Verdi, que chega hoje a um Coliseu do Porto esgotado –, é a história de Violetta e Alfredo, casal que se apaixona para separar-se pouco depois, voltando a juntar-se quando é já demasiado tarde. É uma história trágica de amor altruísta, que sobreviveu o ao tempo nos últimos 165 anos.
“É uma das cinco melhores óperas de sempre, mas é até mais do que uma sim- ples ópera”, enaltece, ao JN, Patrick Dickie, diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos, que estabeleceu parceria com o Coliseu. “Foi escrita para ser uma ópera contemporânea e fazer parte da nossa vida. A história de Violetta emociona, ainda hoje, as pessoas.”
Desta vez, Violetta não é Maria Callas, nem tão-pouco a soprano espanhola falecida este mês, Montserrat Caballé – duas das mais icónicas Violettas da história inspirada em “A dama das camélias”, de Alexandre Dumas –, mas Marina Costa-Jackson dá conta do recado. A americana faz par com o tenor português Luís Gomes, que se destacou este ano no Operália de Plácido Domingo, e que pela primeira vez subirá ao palco no Porto. É ele o Alfredo, “o oprimido pela família”. Junta-se o Coro Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa. “Encontrar intérpretes e criar algo que faça sentido visualmente” é o maior desafio”, torna Patrick Dickie.
ENSAIO DA MULHER QUE CAI
A música ganha ritmo, as cortinas abrem e está tudo preparado para o ensaio. Numa festa em sua casa, a parisiense Violetta Valéry conhece o seu admirador Alfredo Germont. Entre comédia e tragédia, canta-se e dança-se e há dicas de encenação de Matteo Mazzoni.
Violetta, que esconde ter tuberculose, e Alfredo apaixonam-se. Mas Germont, pai de Alfredo, sabendo da doença, pede-lhe que se afaste do filho. Violetta deixa Alfredo, naquele que é tido como um dos maiores gestos de amor altruísta.
No último ato, Violetta está a morrer. Germont conta a verdade ao filho e procura redimir-se. Confortada, Violetta cai (La Traviata é a mulher caída) nos braços do homem que amou.