O ESTACIONAMENTO TEM DE SER PARA TODOS E TEM DE SER GERIDO. PARA SEREM GERIDOS, OS LUGARES TÊM DE SER TARIFADOS E FISCALIZADOS
vai pagar mais pelo estacionamento do que um carro que tenha dois. E esse é o caminho que deve ser seguido.
O fim dos talões de estacionamento em Portugal pode ser uma realidade?
É isso que se espera. Porque o estacionamento sem papéis é, além de possível, muito mais prático. Desde logo, porque também não implica ter de andar com dinheiro nos bolsos. É muito mais prático ter uma assinatura mensal e pagar por telemóvel. Essa é outra das grandes vantagens da leitura de matrícula, a vantagem ambiental.
Quanto aos veículos elétricos, o que falta fazer para que sejam cada vez mais uma opção?
Que sítios são esses?
São os parques de estacionamento subterrâneos. Estando precisamente nos centros das cidades, podem perfeitamente passar a ser as áreas disponíveis para que as viaturas, ao mesmo tempo que se encontram estacionadas, estejam a carregar, sem que seja preciso recorrer aos carregadores rápidos. Se o condutor sai e deixa o carro estacionado durante duas ou três horas, quando volta já tem o carregamento concluído. Contudo, para isso, mais uma vez, é preciso que a legislação permita às operadoras e aos concessionários dos parques de estacionamento fazerem a comercialização do carregamento das viaturas elétricas.
Quais são as alternativas mais eficazes para melhorar o acesso às cidades?
Para facilitar o acesso às cidades é fundamental que haja uma melhoria significativa nos transportes públicos, quer pela questão do preço quer pela melhoria das condições. E eu acredito que isso aconteça. E é preciso lutar contra o sentimento de posse enraizado nos países latinos, onde as pessoas fazem questão de ter o próprio carro. Contudo, a mobilidade partilhada também não é, a meu ver, a alternativa que vai reduz ir o número de viaturas nas estradas. Porque aqueles que recorrem ao “carsharing” não são os que se deslocavam nos próprios carros, mas aqueles que optavam pelos transportes públicos. Recordo que no ano passado foi batido o recorde do número de viaturas vendidas em França. Numa altura em que estamos cada vez mais sensibilizados para a mobilidade suave, nomeadamente para o uso da bicicleta, da trotineta e para o “carsharing”. Essa é a prova de que ainda há muito a fazer.