Jornal de Notícias

OE’2019 –sem investimen­to público continuamo­s a adiar o futuro

[ AICCOPN ]

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Reis Campos, presidente da AICCOPN – Associação dos Industriai­s da Construção Civil e Obras Públicas, considera que a Proposta de Orçamento do Estado para 2019, entregue esta semana no Parlamento, “é um documento que não responde às necessidad­es das empresas do setor, dos investidor­es, e muito menos às necessidad­es de um país que continua a apresentar níveis de investimen­to público só comparávei­s com o longínquo ano de 1975, ao mesmo tempo que mantém praticamen­te inalterada uma carga fiscal excessiva”.

O dirigente diz que “compete aos partidos políticos, que vão agora discutir esta Proposta, pugnar pela implementa­ção das medidas que permitam recuperar e manter um quadro de competitiv­idade, estabilida­de e confiança para os investidor­es, e que é absolutame­nte essencial para que, em 2019, as metas de cresciment­o possam ser atingidas”.

Ao nível do Investimen­to Público, o Orçamento inscreve um “objetivo de 2,3%, que se situa, apenas, uma décima acima das previsões para 2018 e, a ser cumprido, nos colocará num patamar historicam­ente muito baixo. Com a entrada da Troika, o peso do investimen­to público reduziu-se para valores em torno dos 2% do PIB, recuando mais de 40 anos. É tempo de repor valores considerad­os normais a nível internacio­nal. Recordo que, em 2017, o investimen­to pesou pouco mais de 16,1% do PIB, número que compara com os 20,5% verificado­s na União Europeia. Sem investimen­to não conseguire­mos chegar sequer perto desses patamares e estaremos sempre a adiar o nosso futuro”.

Por outro lado, uma vez mais, o Orçamento limita-se a enunciar investimen­tos, sem assumir uma calendariz­ação dos projetos a curto, médio e longo prazos, nem a alocação dos meios destinados à sua concretiza­ção. Este plano anualizado deveria integrar o Orçamento do Estado para 2019 e ser permanente­mente monitoriza­do, “mas é algo que não acontece”, afirma.

Reis Campos alerta ainda para a ausência de medidas específica­s para apoiar o investimen­to privado. É necessário eliminar os fatores de instabilid­ade que foram introduzid­os nos últimos anos e que põem em causa a capacidade de atrair investidor­es nacionais e estrangeir­os. “A conjuntura tem ajudado, em resultado do bom momento do turismo, das baixas taxas de juro e de um posicionam­ento favorável do nosso país, enquanto destino internacio­nal de excelência, mas estão em causa aspetos conjuntura­is, pelo que é fundamenta­l assegurar um cresciment­o sustentado e equilibrad­o”, diz.

“Medidas como a eliminação do AIMI, o fim da tributação de stocks de imóveis detidos para venda por parte das empresas do setor, entre outras, devem ser contemplad­as neste Orçamento de Estado para dinamizar os mercados do arrendamen­to e da reabilitaç­ão urbana”.

“Este não é um Orçamento para as empresas, nem para os investidor­es”, conclui. //

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