Marcelo diz desconhecer plano da PJM para Tancos
Presidente da República lembra que, desde o roubo, insistiu no apuramento de responsabilidades. Novo comandante do Exército em silêncio sobre caso
O presidente da República assegurou que desconhecia os contornos do desaparecimento das armas em Tancos e o plano que alegadamente a Polícia Judiciária Militar (PJM) terá concebido para resgatar tal arsenal.
Marcelo Rebelo de Sousa, também comandante supremo das Forças Armadas, lembrou que sempre insistiu no “esclarecimento de toda a verdade” e que está disponível para falar aos portugueses sobre esta matéria se “tal se impuser”.
Uma semana após Azeredo Lopes ter abandonado a pasta da Defesa, num momento em que o cerco se apertava na sequência de suspeitas de que esteve a par da operação de encobrimento da PJM, o chefe de Estado disse à Lusa que nunca acedeu a informação privilegiada. E que prova disso foi ter-se batido pelo esclarecimento de “toda a verdade”.
Marcelo, que cerca de 15 dias antes das detenções de elementos da PJM disse que esperava novos passos da investigação dentro “de dias ou de semanas”, frisou que tem pedido desde o roubo o
O memorando elaborado pela Polícia Judiciária Militar (PJM), contendo alegadamente os passos da encenação da recuperação do armamento, revela que aquela força sabia que a Polícia Judiciária civil estava
Comissão votada
Na próxima quarta-feira, o Parlamento debate a criação de uma comissão de inquérito ao caso de Tancos, proposta pelo CDS, que deverá ser aprovada.
Cravinho sob aviso
O PSD pondera chamar ao Parlamento o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, para explicar a demissão de Rovisco Duarte. próxima de chegar aos suspeitos do roubo e detalhes da guerra entre as duas polícias neste caso.
Segundo o “Expresso”, que garante que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa poderiam aceder a apuramento de “factos e responsabilidades”.
“Se eu insisti, e insisto, nessa exigência é precisamente porque, tal como todos os portugueses, não sabia nem sei os factos que ocorreram e as inerentes responsabilidades, nomeadamente criminais”, explicou, garantindo que o ex-chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, não lhe pediu audiência, antes de enviar para Belém a carta de resignação, na quarta-feira.
esta informação por questões de segurança nacional, o documento foi elaborado por Vasco Brazão, porta-voz da PJM e responsável pela investigação ao roubo, dois meses após as armas serem encontradas.
Brazão terá sido alertado, a 12 de dezembro de 2017, “por um elemento da PJ” que a PJM estaria debaixo de olho da PJ, perante a forma como o armamento apareceu, a 18 de outubro.
O porta-voz da PJM construiu o memorando, com os passos da encenação e uma fita do tempo, e deu-o a 13 de dezembro ao tenente-general
O sucessor de Rovisco Duarte, José Nunes da Fonseca, estreou-se ontem em cerimónias oficiais, sem aludir ao período que o Exército viveu nos últimos dois anos, que incluíram a demissão de dois CEME.
Na abertura das comemorações do Dia do Exército, em Guimarães, e nem 12 horas depois de ter tomado posse, o novo chefe do ramo recusou falar com os jornalistas e aproveitou para elogiar as competências tecnológicas das Forças Armadas.
Martins Pereira, chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa, que disse não ter visto no texto qualquer ação de “encobrimento”.
O memorando refere que o coronel Luís Vieira, então diretor da PJM, concordou que fosse feito um acordo com o alegado informador de onde estavam as armas e manter a PJ ao largo do caso.
Mas o ex-responsável, que está em prisão preventiva, já disse desconhecer a operação montada por Vasco Brazão, apontando que o documento terá sido feito para comprometer Azeredo Lopes.