Jornal de Notícias

Rui Rio acusa Costa de desenhar uma “orgia orçamental”

Líder social-democrata garante voto contra OE do PS, a quem deixou palavras duras por medidas eleitorali­stas

- Nuno Miguel Ropio nuno.ropio@jn.pt

Rui Rio anunciou que vai propor ao seu núcleo duro um voto do PSD contra o Orçamento do Estado (OE) para 2019. O líder laranja, que ganhou alguns inimigos internos durante o verão por impor ao partido um tabu sobre a posição que defendia em relação ao documento, classifico­u a proposta de “orgia orçamental”, tendo em conta o “timing” de algumas das medidas mais populares.

Para Rio, o Governo de António Costa, a quem acusa de ter preparado “um bodo políticos aos eleitores”, seguiu a estratégia da cigarra ao desenhar o OE: “canta e dança no verão e quem vier atrás que feche a porta”.

“Com esta política e com este Orçamento, vamos continuar a ter um cresciment­o fraco. Em 2019, vamos ser o sexto pior a crescer na União Europeia. Portanto, 21 países crescerão mais do que Portugal, segundo as projeções da União Europeia, e devido a uma política de chapa ganha, chapa batida”, disse, na sede do PSD, no Porto.

Segundo o presidente social-democrata, os socialista­s “querem fazer parecer que estamos numa espécie de país das maravilhas, onde é possível distribuir as benesses por toda a gente”.

MAIS IMPOSTOS QUE GASPAR

Cinco dias após a entrega do OE, Rio fez as contas e concluiu que “o Governo vai manter a carga fiscal nos máximos históricos de sempre”. Aliás, frisou que a política fiscal é mais penalizado­ra que a sentida aquando do “colossal aumento de impostos de Vítor Gaspar”.

“Mesmo assim, o défice público em 2019 vai ser de 0,2% do PIB”, apontou, sublinhand­o que a redução do défice “é muitíssima pequena” porque “precisam do dinheiro para dar aos eleitores”.

Rio, que reúne a Comissão Política na quarta-feira, a quem pedirá o cartão vermelho para o OE, disse que “estas medidas todas ao mesmo tempo são uma orgia orçamental que o Governo pretende fazer em ano de eleições”. “São medidas avulsas, dispersas e simpáticas. Se a seguir correrem mal, já foram as eleições”, argumentou.

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Tabu sobre voto da bancada laranja foi desfeito por presidente do PSD

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