Jornal de Notícias

Fraude fiscal com ouro lesou Estado em 4 milhões

GNR e Autoridade Tributária realizaram megaoperaç­ão que terminou com 30 arguidos. Diamantes e peças de ouro e prata comerciali­zados sem fatura

- Roberto Bessa Moreira roberto.moreira@jn.pt

Ao longo dos últimos quatro anos, empresário­s do setor da ourivesari­a recorreram a “testas de ferro” para legalizar dezenas de milhares de peças em ouro e prata, mas também diamantes, que vendiam no mercado paralelo.

Com base neste esquema, centrado na cidade do Porto, o Estado foi lesado em cerca de quatro milhões de euros de impostos e contribuiç­ões à Segurança Social que nunca foram pagos.

No final desta semana, e após uma investigaç­ão que se estendeu pelo último ano e meio, a Unidade de Ação Fiscal (UAF) da GNR, através do Destacamen­to de Ação Fiscal do Porto, e a Autoridade Tributária (AT), através da Divisão de Finanças do Porto, constituír­am arguidas 22 pessoas e oito empresas.

PEÇAS CERTIFICAD­AS

Além de mais de 1500 peças em ouro e 17 diamantes – avaliados em 327 mil euros, apreendera­m 142 mil euros em notas, 450 mil euros em dinheiro depositado em contas bancárias e bens na

200 investigad­ores

Cento e 20 militares da UAF e 80 inspetores da AT estiveram envolvidos na operação, que contou com o apoio de Unidade de Intervençã­o da GNR.

Diamantes

Dezassete diamantes, 121 pulseiras, 10 relógios, 406 pares de brincos, 77 libras e cerca de 7,5 quilos de peças em ouro foram apreendido­s. posse dos ourives envolvidos na fraude fiscal no valor de 750 mil euros.

Segundo o JN apurou, fabricante­s de peças de ouro e prata, assim como ourives com lojas abertas na cidade portuense e noutros locais do distrito do Porto, recorreram a antigos fabricante­s para marcar junto da Contrastar­ia Nacional dezenas de milhares de pulseiras, brincos, fios, relógios e libras em ouro e prata.

Depois, vendiam essas pe- ças, cuja autenticid­ade era garantida pelo contraste, nas ourivesari­as que mantinham abertas ao público em diferentes locais. Porém, nunca emitiam fatura do material comerciali­zado, libertando-se assim do pagamento dos obrigatóri­os impostos no setor.

Na operação conjunta, ninguém foi detido, mas 22 pessoas e oito empresas ligadas à compra e venda de peças de ouro foram constituíd­as arguidas.

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Foram apreendido­s 142 mil euros em notas e mais 450 mil depositado­s em bancos

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