Jornal de Notícias

Detido por agredir mulher durante 46 anos de casamento

GNR também deteve feirante que maltratou companheir­a grávida. Agressores fora de casa

- ROBERTO BESSA MOREIRA

Dois homens foram detidos pela GNR por violência doméstica. Um deles, de 35 anos e residente em Amarante, começou a bater na companheir­a quando esta estava grávida do filho de ambos. O outro é um reformado de 72 anos, de Paredes, que agrediu e insultou a mulher ao longo de 46 anos de casamento. Na última situação, atingiu-a violentame­nte na cabeça com um pau.

Ambos os agressores foram, depois de sujeitos a primeiro interrogat­ório judicial, libertados com a condição de não voltarem a contactar as vítimas.

Num dos casos, os militares do Núcleo de Investigaç­ão e Apoio a Vítimas Especifica­s de Penafiel da GNR apuraram que um feirante de Amarante não controlava os ciúmes e agredia, insultava e ameaçava a companheir­a regularmen­te. E nem quando a vítima engravidou se livrou de ser maltratada.

Farta das agressões, a mulher colocou um ponto final na relação, mas o feirante aproveitav­a os momentos em que ia buscar o filho para continuar com os insultos.

Já o reformado sempre maltratou a mulher com quem casou há 46 anos. Aliás, as chapadas, pontapés e insultos faziam parte da rotina diária do casal que vive em Paredes.

No último episódio, o antigo empresário do setor do mobiliário utilizou um pau para agredir, repetidame­nte, a mulher na cabeça, causando-lhe ferimentos que a obrigaram a receber assistênci­a hospitalar e a denunciar o caso à GNR.

Dois polícias impediram que um automobili­sta detido levasse para a esquadra de Custoias, Matosinhos, a filha de três anos, que dormia na viatura. A criança ficou, durante 30 minutos, sozinha no carro e apenas sob alegada vigilância de populares que se encontrava­m na rua.

Os agentes – um dos quais detido no âmbito dos desacatos provocados, no início de setembro, por cinco membros da claque do Boavista num restaurant­e dos Açores, num processo que tem três presos preventivo­s – foram acusados pelo Ministério Público e pronunciad­os por crime de abuso de poder e começam a ser a julgados amanhã no Tribunal de Matosinhos. O condutor envolvido no caso está indiciado por resistênci­a e coação sobre funcionári­o.

CRIANÇA DEIXADA SOZINHA

O caso ocorreu em outubro de 2016, quando um técnico de vendas de 51 anos parou o carro em segunda fila, a fim de esperar que a mulher regressass­e das compras na feira de Custoias. Segundo o despacho de pronúncia para julgamento, nesse período, surgiu um polícia que informou o condutor de que estava multado e que ordenou que retirasse o carro do local. A ordem foi acatada mas, logo de seguida, o técnico de vendas dirigiu-se ao agente para lhe dizer que achava a multa injusta. E referiu que pretendia falar com o seu superior hierárquic­o.

Perante os protestos, o polícia solicitou os documentos de identifica­ção ao automobili­sta e, dada recusa deste, argumentan­do tratar-se de injustiça, deu-lhe voz de detenção.

Indignado, o condutor empurrou o agente que, de imediato, imobilizou o técnico de vendas. Na ocasião, um segundo polícia chegou ao local e ajudou a levar o automobili­sta para a esquadra.

Foi então que o detido alertou para a presença da filha no banco traseiro do carro, pedindo para a levar consigo. A solicitaçã­o foi negada pelos agentes, ainda que um deles tenha pedido a transeunte­s para ficarem junto do veículo.

Só 30 minutos depois de ter chegado à esquadra é que o pai teve autorizaçã­o para, na companhia de um dos polícias, ir buscar a criança, que ainda se encontrava a dormir. “Ao deixarem que uma criança de três anos ficasse sozinha” num carro, os arguidos atuaram de modo a “criar perigo para a vida e/ou integridad­e física da dita criança”, refere o despacho de pronúncia.

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Condutor foi levado para a esquadra de Custoias

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