Jornal de Notícias

Soldados, bruxas e anões no mosteiro

Feira Medieval dá vida a monumento que comemora 700 anos

- ANA TROCADO MARQUES

“Seja bem-vinda ao nosso mosteiro, menina!”, saúda, à entrada, uma freira. Ali a dois metros, um “encantador de serpentes” faz as delícias da pequenada e, à volta, as tropelias dos bobos da corte arrancam sorrisos a miúdos e graúdos.

Há anões e acrobatas, fadas e bruxas que leem a sina, soldados trapalhões, música celta, danças orientais e aves de rapina. À esquerda e à direita, uma feira de artesanato. No átrio do mosteiro, a doçaria conventual e, no pátio, petiscos. Pelo meio, há pequenas “viagens no tempo”. A Feira Medieval de Vila do Conde assinala os 700 anos do Mosteiro de Santa Clara. A entrada na festa, que termina hoje, é gratuita.

Depois de ontem ter havido bruxedos e esconjuros, um torneio apeado e um espetáculo de fogo de artifício, hoje haverá recriações da lenda da Berengária, da vida na corte de D. Dinis e da extinção do convento. São partes do espetáculo de teatro de rua “Um Porto para o Mundo”, que em agosto, durante sete dias, subiu ao palco em Vila do Conde, tendo como atores mais de 400 pessoas da terra. Haverá ainda visitas guiadas.

DECISÃO PARA BREVE

Elisa Ferraz, presidente da Câmara de Vila do Conde, espera que esta seja a última iniciativa num mosteiro vazio. O grupo Visabeira e a açoriana Slicedays disputam o espaço que, ao abrigo do programa Revive, será transforma­do em unidade turística. As propostas estão agora a ser analisadas pelo júri. A autarca diz que haverá uma decisão “muito em breve”.

Até lá, ainda que por dois dias, o mosteiro ganha vida.

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