“Mais jardim, mais pessoas, menos carros”, pede o povo
Manifestação contra parque de estacionamento subterrâneo no Rossio juntou 500 aveirenses
Cerca de 500 pessoas formaram, ontem, no jardim do Rossio, em Aveiro, a palavra “não”, em jeito de protesto. Dizem que não querem “a destruição do Rossio”, são contra o projeto da Câmara Municipal para aquela zona – que inclui um parque de estacionamento subterrâneo – e pedem “mais jardim, mais pessoas e menos carros”.
Cerca das 10.30 horas, os manifestantes, muitos deles oriundos até de fora do concelho, juntaram-se no jardim para dar início ao protesto. O movimento “Juntos pelo Rossio” tinha cem camisolas para vender – com a palavra “não” a sobressair –, que esgotaram num ápice. Mas muitos tinham levado de casa cartazes, com palavras de ordem contra o projeto da Câmara para a remodelação daquele espaço.
“Primeiro, somos contra o estacionamento, porque é uma obra megalómana que vai demorar anos e que não é necessária, porque há muitas opções de estacionamento na cidade. Em segundo, somos também contra o projeto previsto para a superfície, com uma praça despida, sem árvores nem relva”, explicou David Iguaz, um dos responsáveis pela manifestação.
As cerca de 500 pessoas rumaram, depois, até aos Paços do Concelho, em marcha. “Verde sim, desterro não” era o grito de ordem, que foi aumentando de volume à medida que a mancha de gente se aproximava da sede do município. “Sou contra o betão. Aveiro praticamente não tem espaços verdes, portanto temos de preservar os que temos”, opinava Rosa Maria, de Esgueira. “De cimento já estamos fartos. Sou contra toda a obra e a favor da recuperação deste parque verde que tantas vezes frequento”, dizia, por sua vez, Isabel Veladas.
Durante a semana, tinham estado no Rossio máquinas de perfuração, para o estudo geológico que está em curso, através do qual a Câmara vai estudar a viabilidade do estacionamento subterrâneo. “Deixamos na Câmara 12 árvores, para que plantem nos 12 buracos que as máquinas fizeram”, adiantou David Iguaz.