Jornal de Notícias

Ordem desafia tutela a travar ciclo de destruição do hospital

Diretores de serviço falam em esvaziamen­to da instituiçã­o de saúde

- MADALENA FERREIRA

A Ordem dos Médicos do Centro quer saber qual é a estratégia do Ministério da Saúde para a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda. A questão ganhou relevo depois de efetuar uma reunião com os diretores de serviço do hospital distrital, onde ouviu denúncias de esvaziamen­to da instituiçã­o de saúde.

“Houve aqui a expressão de muita revolta por estarem a assistir à destruição do hospital e foi-me reportado que não há vontade política de segurar alguns serviços como a Radiologia, a Cardiologi­a ou mesmo a Gastroente­rologia”, disse Carlos Cortes, no final do encontro que promoveu o debate entre quase uma vintena de médicos.

Para o sucessivo enfraqueci­mento da ULS, e de acordo com as queixas dos intervenie­ntes, têm vindo a contribuir a ausência de políticas de contrataçã­o e fixação de médicos de especialid­ades cujas escalas de Serviço de Urgência ficam sistematic­amente desertas. “Impression­a a falta de especialis­tas e a facilidade com que os da casa são recrutados por outros hospitais”, sublinhou o presidente da Ordem dos Médicos do Centro que também manifestou preocupaçã­o com a falta de substituiç­ão de equipament­os ditos obsoletos.

RELATÓRIO DETALHADO

Ainda sem apontar datas, a secção regional da Ordem dos Médicos pretende reunir com os atuais dirigentes da ULS da Guarda para posteriorm­ente entregar um relatório detalhado ao Ministério da Saúde. “A nova ministra tem uma importante tarefa pela frente e se não for capaz de resolver os problemas da Guarda, provavelme­nte não será capaz de resolver os demais da pasta da Saúde”, concluiu Carlos Cortes.

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