Vários mortos em ataques mancham legislativas
Talibãs tinham ameaçado tentar travar as eleições
Um atentado em Cabul com pelo menos 13 mortos, explosões de engenhos artesanais e tiros de roquetes em várias secções de voto do país com um número incerto de vítimas era o balanço, ao final da tarde de ontem, das eleições legislativas afegãs.
Como se previa, a falta de segurança marcou o dia, com a intensificação dos ataques “inimigos”, não reivindicados mas atribuíveis aos talibãs, que, recorde-se, apelaram ao boicote do ato eleitoral que consideram ilegítimo, por entender que tinha como objetivo legitimar a presença de tropas internacionais no Afeganistão.
Antes do atentado mais mortífero da jornada, Cabul já fora palco de incidentes com pelo menos três mortos. Fora da capital, a província de Ghor contabilizou quatro mortes em confrontos opondo talibãs e forças de segurança.
O ataque de Cabul, em que faleceram civis e polícias, foi perpetrado por um suicida com cinto de explosivos e levou o ministro do Interior a reforçar o dispositivo de segurança, aumentado de 50 mil para 70 mil homens nas cerca de 21 mil assembleias de voto.
O presidente, Ashraf Ghani, fez questão de dar o exemplo votando muito cedo numa escola na capital, onde lembrou aos compatriotas o seu dever cívico. A consequente afluência às urnas gerou problemas nalguns locais, somados às falhas do sistema biométrico. As eleições foram adiadas nas províncias de Kandahar e Ghazni e em 11 dos quase 400 distritos do país.