Jornal de Notícias

O osso das canções de Old Jerusalem à vista de todos

“Chapels” é o novo disco do músico portuense

- SÉRGIO ALMEIDA

A quietude caracterís­tica das canções de Old Jerusalem não migrou para parte incerta, mas o novo disco, “Chapels”, assinala uma rutura na obra do músico portuense.

Se não no conteúdo, pelo menos na forma, explica: “O disco anterior era muito mais produzido. Este foi marcado pela proximidad­e temporal entre o tempo de escrita e a gravação”.

Imediato e sem adornos, “Chapels” nasceu daquilo que Old Jerusalem designa por “urgência comunicati­va”, a vontade de partilhar com o ouvinte o resultado da criação. E se a natureza conceptual de “A Rose is a Rose is a Rose” passava por uma atenção máxima ao detalhe mínimo, agora Francisco Silva quis enfatizar “a ideia de uma intimidade muito próxima”.

Mas o verdadeiro motivo do afastament­o em relação ao disco anterior terá tido que ver sobretudo com a vontade de testar novos caminhos e fórmulas, para “manter o processo fresco e evitar cair no ramerrame”.

A delicadeza destas canções descarnada­s não deixará de surpreende­r até mesmo os seguidores habituais do autor de “The Temple Bell”, que reconhece “o momento vulnerável” em que se encontrava na altura da composição. Desengane-se, todavia, quem buscar uma relação imediata entre o que ouve e o resultado da criação, já que o músico defende que “a arte é uma mescla, a sublimação da experiênci­a existencia­l do artista”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal