O osso das canções de Old Jerusalem à vista de todos
“Chapels” é o novo disco do músico portuense
A quietude característica das canções de Old Jerusalem não migrou para parte incerta, mas o novo disco, “Chapels”, assinala uma rutura na obra do músico portuense.
Se não no conteúdo, pelo menos na forma, explica: “O disco anterior era muito mais produzido. Este foi marcado pela proximidade temporal entre o tempo de escrita e a gravação”.
Imediato e sem adornos, “Chapels” nasceu daquilo que Old Jerusalem designa por “urgência comunicativa”, a vontade de partilhar com o ouvinte o resultado da criação. E se a natureza conceptual de “A Rose is a Rose is a Rose” passava por uma atenção máxima ao detalhe mínimo, agora Francisco Silva quis enfatizar “a ideia de uma intimidade muito próxima”.
Mas o verdadeiro motivo do afastamento em relação ao disco anterior terá tido que ver sobretudo com a vontade de testar novos caminhos e fórmulas, para “manter o processo fresco e evitar cair no ramerrame”.
A delicadeza destas canções descarnadas não deixará de surpreender até mesmo os seguidores habituais do autor de “The Temple Bell”, que reconhece “o momento vulnerável” em que se encontrava na altura da composição. Desengane-se, todavia, quem buscar uma relação imediata entre o que ouve e o resultado da criação, já que o músico defende que “a arte é uma mescla, a sublimação da experiência existencial do artista”.