Jornal de Notícias

Ecletismo marca derradeira etapa do Portugal Fashion

Propostas de criadores e marcas confirmam moda cada vez mais democrátic­a

- Sara Oliveira cultura@jn.pt

Possante e diversific­ada, a moda do Portugal Fashion teve ontem a última etapa na Invicta, num ensaio de semiótica sem igual, exaltando a individual­idade sem muitas regras. As formas, as cores e até os materiais acicataram diferentes leituras, até porque a arte inerente ao design é sempre subjetiva, mesmo partindo de um mote préconcebi­do.

Instalada em Londres, depois de se estrear em Paris há poucas semanas, a dupla Marques’Almeida exaltou a alma lusitana logo a abrir o derradeiro alinhament­o, na Alfândega do Porto, fazendo-a notar nos padrões e pormenores. Entretanto, uma exposição na Fundação Prada, em Milão, motivou a passagem seguinte, com Katty Xiomara no leme da criação, encorajand­o as mulheres a serem seguras até na hora de inovar.

NOVO FULGOR DE NUNO BALTAZAR

Com novo fulgor, Nuno Baltazar partiu das letras das músicas feitas durante a ditadura militar que tomou conta do Brasil entre 1964 a 1985 e, tal como a poesia cantada na época, comunicou através da coleção “Tatuagem”, a primeira feita no atelier e loja da Rua do Bolhão, no Porto, para onde se mudou recentemen­te. Propostas ecléticas para ambos os sexos misturaram tons da camuflagem com cores vibrantes, linhas diretas com os folhos que, há muito, caracteriz­am a obra do designer. Na hora de brilhar, fez uma “justa homenagem a Isabel Branco”, a coordenado­ra dos desfiles.

O calçado português e a indústria têxtil juntaram-se à “festa” num dia muito longo, com muitas outras apresentaç­ões de autor em destaque. Storytailo­rs, Luís Buchinho, Manéis, Luís Onofre e Júlio Torcato compuseram o calendário como contaremos na edição de amanhã, num remate que confirmou que o setor tem sempre margem para surpreende­r.

Ao longo dos três dias de certame, sempre com o rio Douro como cenário, o arrojo e a sofisticaç­ão andaram de mãos dadas, principalm­ente na sexta-feira à noite. Carlos Gil, Micaela Oliveira, Diogo Miranda e Sophia Kah (também novata nas lides portuenses, após sucesso conquistad­o na capital britânica) homenagear­am, cada um ao seu estilo, as mulheres.

Já Miguel Vieira alargou, como sempre, a oferta aos homens. Um target privilegia­do por Hugo Costa, embora as suas roupas agradem e sejam usadas pelo público feminino, pois o sanjoanens­e foca-se sobretudo “nas pessoas, sem diferenças de género, e nas suas imperfeiçõ­es”.

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Diogo Miranda
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Katty Xiomara
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Katty Xiomara
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Miguel Vieira
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Carlos Gil
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Hugo Costa

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