Ministério poupa três milhões nas fardas dos polícias
Compras online e redução de stocks
Ao longo do próximo ano, o Ministério da Administração Interna (MAI) acredita que poderá poupar cerca de três milhões de euros com um novo modelo de gestão para as fardas dos militares e dos polícias.
De acordo com o relatório que acompanha o Orçamento do Estado para 2019 (OE 2019), será feita a “implementação de um novo modelo de gestão do fardamento dos militares e polícias” através de uma plataforma eletrónica de compras online com o objetivo de reduzir os gastos com os stocks e, ao mesmo tempo libertar espaços “afetos à confeção, armazenamento e venda de fardamento”. Mas também para libertar pessoal para o serviço operacional de patrulhamento ou vigilância.
“Sinceramente, tenho muitas dúvidas. Não fiz as contas, mas tenho muitas dúvidas que, com a questão do stock, da redução do número de efetivos ligados ao fardamento e os próprios locais físicos, seja possível alcançar esse valor, mas não o estou a pôr em causa. Parece-me um valor bastante maior do que nós poderíamos prever se nos fosse colocada a questão”, refere Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP).
César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda (APG) lembra que a proposta de uma plataforma online já vem do tempo de Constança Urbano de Sousa, mas acabou por ficar pelo caminho. O presidente da APG duvida dos ganhos, lembrando que ainda demora “porque primeiro será criada a plataforma, depois terá de haver concursos públicos. Por isso, está escrito mas não haverá nada em concreto. Isso já devia ter avançado há muito tempo”, lamenta o dirigente.
CARROS ATÉ 3 MIL EUROS
No ministério de Eduardo Cabrita preveem-se outras poupanças, como por exemplo com o novo modelo de gestão de veículos apreendidos. Nesta matéria, o ganho é mais modesto, de apenas um milhão de euros. A proposta passa, por exemplo, por vender carros apreendidos avaliados em menos de 3 mil euros. “Quando o bem for um veículo automóvel, embarcação ou aeronave cujo valor resultante da avaliação seja inferior a € 3 000, apenas há lugar à sua venda”, refere a Proposta de Lei do Orçamento do Estado.
O presidente da ASPP aplaude, mas pede mais. “Acho que podíamos ter ido mais longe. Podíamos avançar para um modelo em que as viaturas não ficassem a apodrecer completamente”, refere, acrescentando que “o facto de os vender já é importante. Porque se a viatura vale três mil euros naquele momento, no final do processo é que não vale mesmo nada”.