Jornal de Notícias

Presidente do Braga sem bens nem dinheiro para saldar dívidas

Empresário e líder do Braga não tem salário. Casa onde vive é de uma ex-funcionári­a. Agente de execução falha penhoras

- Luís Moreira justica@jn.pt

O empresário António Salvador, também presidente do Sporting de Braga, não tem bens, móveis ou imóveis, em seu nome que possam ser penhorados. O Tribunal de Famalicão mandou penhorar a mobília da casa onde vive por causa de uma dívida de 438 mil euros (mais 40 mil de juros) ao também empresário Domingos Correia, de Braga. Mas o executado diz que não compreende o motivo da diligência, pois apresentou ao juiz um pedido de entrega de caução. O JN contactou António Salvador, que não quis reagir oficialmen­te.

Fonte judicial contou ao JN que o agente de execução Fernando Correia da Silva dirigiu-se, esta semana, à vivenda habitada por Salvador e foi informado pelo filho, Diogo Rodrigues, de que o pai não estava em casa e que os bens ali existentes não lhe pertenciam. E obstaculiz­ou a realização da penhora. Por isso, o agente de execução pede ao juiz que a próxima diligência “seja acompanhad­a por força policial” para entrar em casa.

PROPÔS CAUÇÃO AO TRIBUNAL

Fonte próxima de Salvador afirmou ao JN que a diligência “foi extemporân­ea”, já que fez um pedido de prestação de caução, que ainda não foi decidido pelo juiz. Acrescento­u que a oposição à execução vai ser julgada em dezembro, pelo que uma penhora não fará sentido.

A vivenda visitada pelo agente de execução, em Nogueiró, Braga, era propriedad­e da construtor­a Britalar, da qual Salvador é o acionista principal. Foi depois vendida à Imagem Azul, S.A. que, por sua vez, é detida por uma sua ex-funcionári­a e é administra­da pelo filho, Diogo Rodrigues. Valerá cerca de três milhões de euros. O empresário terá arrendado a vivenda com o respetivo recheio.

No processo, Salvador alega, ainda, que não recebe salário no clube, nem na construtor­a Britalar, que ainda existe, após a aprovação, em 2016, de um Plano Especial de Revitaliza­ção, com dívidas de 45 milhões de euros, para evitar a declaração de insolvênci­a.

Também não tem – afirma – qualquer participaç­ão noutras sociedades, sendo que as que detinha num hotel e na ESSE, ex-concession­ária do estacionam­ento em Braga e com concessão em Espinho, estão na titularida­de do filho.

Nesta ação executiva, Domingos Correia, da construtor­a Europa Ar-Lindo, pediu a penhora de bens pessoais e da mobília da casa de Salvador (seu ex-sócio), por causa de uma alegada dívida de negócios conjuntos na construção em Moçambique.

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Empresário e presidente do Braga está contra pedidos de penhora, pois quer apresentar caução

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