Simulam roubo de telemóveis para receberem do seguro
PSP contabiliza 40 casos de simulação desde o início do ano na Grande Lisboa. Nervosismo denuncia falsas vítimas que desejam aparelhos mais modernos
O roubo de um telemóvel topo de gama, com um custo de aquisição de cerca de mil euros, teria acontecido pelas 01.30 horas de uma madrugada da semana passada, perto da foz do rio Trancão, em Lisboa. Quando por ali passava, o homem, de 32 anos, teria sido abordado por três indivíduos que, à força, lhe teriam tirado o aparelho, fugindo depois de carro em direção a Sacavém, em Loures.
A suposta vítima só não contava com a desconfiança dos agentes da PSP a quem apresentou queixa, que, após algumas diligências, acabaram por descobrir o “smartphone” na bagageira do seu automóvel, que deixara estacionado à porta da esquadra.
O queixoso acabou detido, suspeito de simular um crime. O objetivo seria receber o valor do seguro do telemóvel, adiantou ao JN fonte do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (Cometlis) daquela força de segurança.
O caso é o mais recente dos cerca de 40 que, desde o início do ano, foram identificados pela PSP na Grande Lisboa, a maioria dos quais no concelho de Loures.
Nalguns locais, este tipo de simulações, referentes a telemóveis e, por vezes, a computadores, representam já mais de 35% do total de roubos praticados na via pública.
Refere a PSP, em comunicado, que tais casos provocam “o balanceamento erróneo do dispositivo policial para locais onde efetivamente não são cometidos roubos, o que naturalmente prejudica a segurança de toda uma comunidade”.
Por norma, apontou fonte policial ao JN, as alegadas vítimas são denunciadas pelo “próprio nervosismo” e por “pontas soltas” na história que preparam, acabando por contar a verdade, quando confrontados com as contradições. Ou seja, confessam o desejo de dar o telemóvel como perdido para receberem dinheiro do seguro e poderem comprar um aparelho mais moderno.