Jornal de Notícias

Os comboios a marcar passo

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A atuação da administra­ção dos Comboios de Portugal (CP) é de desprezo pelos clientes/utentes, que lhes pagam vencimento­s principesc­os. É inqualific­ável! Há dias, viajei na linha do Sul, da Estação do Oriente até Portimão, mas a CP não assegurou a totalidade da viagem. Obrigou a um transbordo em Tunes, para a nova versão da CP (Camionetas de Portugal), seguindo pela rodovia. Nem sequer avisou que o comboio teria menos cinco composiçõe­s no local de transbordo. Resultado: os viajantes, maioritari­amente turistas, foram comprimido­s como sardinhas enlatadas. Vergonhoso!

Mais recentemen­te, quis viajar na linha do Oeste, a partir do apeadeiro (desprezado até à miserável incúria) do Telhal para o Bombarral. Em vão. O comboio foi suprimido. Quase tão grave como a CP ter deixado os seus clientes apeados é não haver uma referência telefónica para informar quem foi seriamente prejudicad­o. A CP prima pelo pior terceiro-mundismo. O ministro do Planeament­o faz promessas de investimen­to que vão sendo sistematic­amente adiadas. É conversa para embalar o adormecime­nto. O PSD-CDS quis alienar as linhas do Oeste e do Leste à gula privada, consideran­do que o investimen­to não era prioritári­o. Este Governo cativa verbas em nome da redução do défice, relegando uma ferrovia de indispensá­vel interesse público e a economia para segundo plano. É uma política pró-privatizaç­ão, em versão português suave VÍTOR COLAÇO SANTOS cyntrascri­ta@hotmail.com Reforma profunda da Cúria. Uma Igreja fraterna, pobre, em saída para as periferias geográfica­s e existencia­is. Uma Igreja viva, que não é museu. Sem clericalis­mo, capaz de se aproximar dos divorciado­s recasados, dos homossexua­is, que são católicos como os outros (o problema não é ser homossexua­l, o problema é “o lóbi gay”, diz). Francisco também está próximo dos mais desfavorec­idos e critica o capitalism­o desenfread­o, escreveu uma encíclica, a “Laudato sí”, apelando à necessidad­e de salvaguard­ar a Terra, criação de Deus e nossa casa comum, e também à necessidad­e de “humanitari­edade” para com os migrantes e refugiados... Evidenteme­nte, os rigoristas fariseus e os lóbis económicos não gostam e atacam-no ferozmente.

ARMANDO SOARES pe.armandosoa­res@gmail.com

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