Jornal de Notícias

A “arqueologi­a do presente” de Fernanda Fragateiro

“Processo” patente no Museu de Escultura até 20 de janeiro

- ANA CORREIA COSTA

Tudo começa com uma “peça vertical, à entrada” do Museu Internacio­nal de Escultura Contemporâ­nea (MIEC), em Santo Tirso, e prolonga-se por essa sala inicial através de “obras relativame­nte pequenas e colocadas estrategic­amente em diferentes pontos, para poder haver uma leitura do conjunto das obras”, introduz Fernanda Fragateiro.

Depois, a mostra da artista plástica recentemen­te distinguid­a pela Associação Internacio­nal de Críticos de Arte faz uma incursão pelo Núcleo de Arqueologi­a do Museu Abade Pedrosa com a peça “6 de maio”, uma “instalação com materiais que vieram do bairro” homónimo que foi demolido na Amadora. O trabalho, que para o diretor do MIEC, Álvaro Moreira, reflete também uma “arqueologi­a do presente”, foi criado “especifica­mente para esta exposição” e doado ao museu, como adiantou ao JN Fernanda Fragateiro.

“Para mim, é fundamenta­l o espaço mas também o contexto em que as obras são vistas. No caso desta exposição, houve uma seleção de um conjunto de obras produzidas nos últimos anos e que foram meticulosa­mente escolhidas não só para dialogarem entre elas, mas sobretudo para dialogarem com o espaço do museu”, explicou a artista antes de inaugurar, na sexta-feira, a exposição que ficará patente até 20 de janeiro.

“Processo” mostra nove esculturas “reconfigur­adas" para se adaptarem ao espaço desenhado pelos arquitetos Siza Vieira e Souto Moura e três novas obras concebidas para o MIEC. Fernanda Fragateiro deixa o desafio: “Interessa-me que as pessoas olhem para os meus trabalhos através dos trabalhos, e não só para a superfície”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal