Instabilidade do Ombro Traumática
[ TROFA SAÚDE HOSPITAL ]
Ainstabilidade gle no-um eral( articulação do ombro) anteriortrau má ticaéu ma das apresentações clínicas
frequentes e debilitantes a afetar o complexo articular do ombro. Trata-se de uma patologia com uma incidência particular em jovens mas também pode afetar pessoas com mais idade. Sabemos ainda que o sexo masculino é 3 vezes mais afetado que o sexo feminino e aproximadamente 90% das luxações ocorrem no homem jovem e atleta.
A hiperlaxidez diferencia-se de instabilidade por ser um estado constitucional do indivíduo sem que esteja associado a sintomas. Em alguns casos a hiperlaxidez pode ser até uma vantagem para determinada atividade desportiva, porém está frequentemente associada a instabilidade após traumatismos minor.
A manifestação mais frequente de instabilidade, em contexto des por tivo,éa luxação traumática anterior do ombro. É uma verdadeira urgência ortopédica devido às possíveis complicações neuro-vasculares e articulares associadas. Para além desta apresentação mais dramática e urgente, pode manifestar-se por dor, incapacidade funcional e/oudificul tara per formance desportiva.
A complicação mais frequente é a recidiva da luxação após o primeiro episódio de luxação do ombro e pode chegar aos 80%. A probabilidade de recidiva e número de episódios são inversamente proporcionais à idade aquando do primeiro episódio, o que significa que uma luxação do ombro em idade jovem tem um risco muito grande e acrescido de ter novos episódios de luxação.
A avaliação complementar com exames de imagem inicia-se com radiografia convencional. A TAC permite a quantificação e o impacto das lesões ósseas associadas na instabilidade gleno-umeral podendo ser necessária para estadiamento terapêutico. A ressonância magnética permite a avaliação de lesões miotendinosas, condrais e labrais, assim como localizar as lesões ligamentares inerentes que comprometem a estabilidade articular.
O tratamento cirúrgico tem como objetivos a resolução dos episódios de luxação, a melhoria funcional e da per formance desportiva mas também a prevenção de artropatia degenerativa assoc ia daàinstabil idade e aos episódiosrepetidos de luxaçãogle no-um eral (IGU). A indicação e opções cirúrgicas para correção da IGU são ainda alvo de debate face ao elevado número de técnicas descritas ao longo do tempo. Os procedimentos mais bem descritos, maior taxa de sucesso e maior tempo de acompanhamento na literatura são as técnicas de Bankart (reinserção anatómica das estruturas capsulo-ligamentares) e de Bristow-Latarjet, classicamente realizadas por via aberta. Contudo, atualmente são realizadas também por via artroscópica com igual taxa de sucesso cirúrgico, menor agressividade das estruturas periarticulares, menos dor associada e melhor recuperação funcional.
A instabilidade glen o-um e ralé frequente no contexto desportivo tendo um impacto muito importante no desempenhodo atleta. O reconhecimento do episódio de luxação é mandatório devido às complicações neurovasculares e articulares possíveis. O tratamento cirúrgico é muitas vezes antecipado no atleta com alta demanda funcional por estar associado a menores taxas de recidiva e melhoria da performance desportiva.
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