Jornal de Notícias

Escolas de formação em duelo pelos milhões da Champions

Rui Vitória não vai “jogar para o pontinho”

- Luís Antunes Em Amesterdão luis.antunes@jn.pt

O Benfica enfrenta hoje (20 horas) o Ajax, num duelo determinan­te pelo apuramento no Grupo E da Champions. Um encontro em que as águias vão procurar dar início à inversão de uma tendência histórica – só venceram este rival uma vez –, algo que já foi parcialmen­te conquistad­o na batalha da supremacia dos modelos da formação. Nesse particular, os encarnados lideram claramente no plano financeiro. Nos últimos cinco anos garantiram 232,3 milhões de euros em 11 vendas de atletas formados no Seixal, contra 103,5 milhões de 12 elementos de uma escola holandesa que teve como referência­s Cruiff, Neskeens, Kluivert, Rijkaard, Van Basten entre muitos outros.

Já em relação à presença de jovens estrelas no relvado durante o jogo de hoje, a balança cai para o lado holandês. O Ajax tem, no plantel, 16 jogadores formados em casa, contra os seis dos encarnados. O peso nas duas equipas iniciais só hoje se saberá, claro, mas no caso do Benfica e tendo em conta o castigo de Rúben Dias, só Gedson, Alfa e João Félix podem reclamar o estatuto em causa.

Nas contas do grupo, os encar-

nados perderam com o Bayern, em casa, cumpriram na Grécia, batendo o adversário teoricamen­te mais acessível, e não podem atrasar-se nas contas com o rival direto, que, inclusive, surpreende­u meio mundo ao garantir um empate em Munique. O Ajax é segundo classifica­do na Liga holandesa, mas venceu sete dos oito jogos disputados em casa, incluindo três do percurso europeu, e apresenta um saldo de golos surpreende­nte: 25 marcados e apenas dois sofridos.

No plano estratégic­o, Rui Vitória pode contar com Jardel e Conti, que recuperara­m de lesões e lideram a defesa. Ontem, Fejsa não integrou o treino de adaptação ao relvado – dor no pé esquerdo –, embora o caso não deva suscitar preocupaçã­o de maior, já que o técnico garantira, momentos antes, a disponibil­idade de todos os atletas que viajaram.

Nessa perspetiva, tudo indica que a águia volte ao desenho predilecto, embora subsistam dúvidas no ataque. Seferovic ganhou estatuto, mas a recuperaçã­o de Jonas dá incerteza à equação. Um caso à semelhança de Rafa, embora este com mais possibilid­ade face ao momento de forma em relação a Cervi, habitual titular.

Numa batalha provavelme­nte contagiada pelo apetite ofensivo, os encarnados terão de superar o ambiente escaldante de mais de 50 mil adeptos nas bancadas, apoiados por cerca de três mil almas lusas.

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O treino de adaptação do Benfica na Holanda
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