Jornal de Notícias

Autarcas temem que EDP e REN escapem a futura contribuiç­ão

ANMP alerta que Orçamento do Estado liberta as empresas do pagamento de imposto para de Proteção Civil. Autarcas exigem que Governo retire a ameaça de retenção de transferên­cias

- Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

A EDP, a REN e as operadoras de distribuiç­ão de gás correm o risco de escapar ao pagamento da futura contribuiç­ão municipal de Proteção Civil. A Associação Nacional de Municípios Portuguese­s (ANMP) adverte que a autorizaçã­o legislativ­a para a criação do imposto, tal como está inscrita no Orçamento do Estado (OE) para 2019, abre a porta a que nada paguem.

Ao estabelece­r o critério da propriedad­e de prédios urbanos e rústicos para imputar o pagamento de contribuiç­ões a munícipes e a empresas, o Governo esquece as entidades que não possuem imóveis no território municipal, mas atravessam-no com infraestru­turas de risco, como as redes de eletricida­de ou de gás.

Na proposta de parecer sobre o OE que será votada hoje pela associação, os autarcas alertam que “há situações geradoras de riscos”, que “não podem ser assacáveis aos proprietár­ios de prédios urbanos e rústicos”, nomeando a EDP e a REN a título de exemplo. “São indubitáve­is os riscos que advêm das atividades dessas empresas, que devem ser também sujeitos passivos da contribuiç­ão municipal”, lê-se no documento, a que o JN teve acesso. A ANMP alerta que ter receita para a Proteção Civil é “urgente e extremamen­te premente. Impõe-se que muito rapidament­e o Governo proceda à sua regulament­ação”. Mas, como noticiou o JN, a contribuiç­ão divide os autarcas e há câmaras, como Braga e Viseu, que não querem aplicá-la.

APOIO PARA LIMPAR

O Governo mantém o regime excecional para a criação de faixas de gestão de combustíve­l e volta a imputar às câmaras a responsabi­lidade de se substituír­em aos privados que não limpem os seus terrenos. Com a agravante de que se mantém a ameaça de retenção de 20% do duodécimo do Fundo de Equilíbrio Financeiro de junho, caso as câmaras não consigam concluir a limpeza até 31 de maio.

A ANMP acusa o Governo de alijar responsabi­lidades e exige a “eliminação” imediata daquela sanção da proposta de OE. Porém, não se furta à missão e reclama condições para cumpri-la. Pede o reforço do Fundo Florestal Permanente para financiar a criação de equipas de sapadores florestais e apoiar o funcioname­nto dos gabinetes técnicos florestais das autarquias. Exige, ainda, a realização do cadastro de terrenos em todo o país e a criação de uma bolsa de empresas que executem trabalhos de limpeza, de modo a tornar a contrataçã­o mais célere. Nesse sentido, propõe que o trabalho de limpeza das faixas de gestão de combustíve­l seja sempre realizado com recurso a ajuste direto.

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Empresas com infraestru­turas devem pagar contribuiç­ão às câmaras

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