Jornal de Notícias

Arguidos negam ter viciado contratos no Turismo do Norte

Cinco suspeitos de corrupção, tráfico de influência­s e falsificaç­ão conhecem hoje as medidas de coação

- Alexandre Panda, Nuno Miguel Maia e Sandra Ferreira justica@jn.pt

Todos os detidos no âmbito da investigaç­ão por alegados contratos viciados em torno do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) têm vindo a negar qualquer ilegalidad­e nos interrogat­órios que devem terminar hoje. Também hoje devem ser conhecidas as medidas de coação.

Segundo informaçõe­s recolhidas pelo JN, tanto Melchior Moreira, presidente do TPNP, como as duas funcionári­as da instituiçã­o, Isabel Castro e Gabriela Escobar Gomes, além dos empresário­s José Simões Agostinho e Manuela Couto refutaram, nos interrogat­órios, os factos imputados pelo Ministério Público e Polícia Judiciária do Porto.

Os arguidos do TPNP terão admitido “engenharia­s financeira­s” para contornar dificuldad­es de tesouraria e conseguir cumprir os objetivos de instalação das lojas interativa­s de turismo, bem como iniciativa­s de comu- nicação, mas recusam ter causado prejuízo ao erário público.

A investigaç­ão acredita que os contratos por ajuste direto de mais de cinco milhões de euros a firmas do grupo de José Simões Agostinho, empresário de Viseu, seriam feitos à revelia das regras da contrataçã­o pública, contornand­o os tetos máximos. As autarquias que quisessem receber uma Loja Interativa seriam obrigadas a adjudicar a instalação a Simões Agostinho, indicado por Melchior.

Manuela Couto, a empresária que controla cinco empresas de comunicaçã­o e foi a última arguida a ser ouvida, é suspeita de, em presumível conluio com Melchior, ter usado as suas empresas para fracionar contratos e assim contornar os limites legais de contrataçã­o pública, no que toca ao aluguer de expositore­s para feiras. A mulher do presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, é ainda é suspeita de ter promovido a imagem pessoal de Melchior à custa dos cofres do TPNP.

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Melchior Moreira e os outros quatro arguidos estão detidos desde a semana passada

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