Cadeia para dois funcionários da Segurança Social por corrupção
Apagavam dívidas, aumentavam pensões e davam subsídios a troco de luvas
Os dois principais arguidos no processo-crime que envolve funcionários da Segurança Social (SS) de Lisboa foram condenados a penas efetivas de entre cinco anos e seis anos de cadeia. O caso tem como arguidos 13 pessoas e uma empresa por crimes de manipulação do sistema informático da SS, para anulação de dívidas de empresas, aumentos de pensões de reforma e atribuição fraudulenta de subsídios de desemprego, mediante recebimento de dinheiro.
O ex-coordenador do serviço de atendimento do Areeiro, do Centro Distrital de Lisboa da SS, António Botelho, foi condenado a seis anos pelos crimes de falsificação de documento e de corrupção passiva, numa sessão em que o juiz José Barata alertou para a gravidade da corrupção em Portugal, que impede o país de progredir ao nível dos países nórdicos. “No país a corrupção está ainda à solta”, frisou.
Luís Mimoso Cerqueira, ex-diretor do núcleo de gestão do cliente do Centro Distrital de Lisboa do Instituto de SS, foi condenado a cinco anos e três meses pelos mesmos crimes. Ambos estão ainda proibidos pela justiça de exercer funções públicas durante quatro anos.
O advogado Cláudio Pisco foi condenado a quatro anos e meio por corrupção ativa, posse de arma proibida e falsificação de documentos.